Sem
potencial e espaço para ampliar suas vendas internas, uma extensa lista
de países precisa recorrer ao mercado externo para estabilizar a
economia. Tornam-se, assim, dependentes do comércio exterior e, pior,
parte deles acaba colocando toda sua energia em um só produto: o
petróleo, uma riqueza considerada vulnerável. É o caso da Venezula, de
países do Oriente Médio e da Rússia. No Brasil, as exportações do
produto não chegam a 2% do PIB.
Nas últimas décadas, a Venezuela passou a ser um país
muito focado na produção agrícola e na exportação de petróleo.
“Basicamente, tudo gira em torno do petróleo. Isso nunca refletiu, no
entanto, no bem-estar e no conforto da população”, afirma o professor de
Administração da ESPM Adriano Gomes. O país, que é a segunda maior
reserva natural do óleo, tem um terço do seu PIB baseado na venda do
produto. Segundo dados do índice Dow Jones, em 2012, foi o sétimo maior
exportador de petróleo mundial, com 15,3 milhões de toneladas
embarcadas.
Países do Oriente Médio, região que representa cerca de
60% das reservas mundiais de petróleo, também são obrigados a investir
fortemente na exportação desse produto. Sem nenhum outro tipo de
indústria expressivo, lugares como a Arábia Saudita e o Irã, integrantes
da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), têm quase
80% da sua renda baseada no óleo. “A Arábia Saudita vive em um regime
político baseado em uma monarquia, que não se preocupa em investir na
economia. Portanto, não há outro bem de importância vital como o
petróleo”, diz Gomes.
Caso semelhante ao da Rússia. Dono da segunda maior
reserva de petróleo do mundo, o país tem 60% de suas exportações
sustentadas pelo setor energético. Segundo o professor de Administração,
a Rússia precisa investir em outros mercados se quiser melhorar sua
economia. “Durante a revolução, o país tinha basicamente dois destinos
para a renda: armamentos e corrida espacial. Nunca criou-se políticas de
desenvolvimento da indústria. Por isso, a Rússia é totalmente
dependente desta riqueza vulnerável”, afirma.
No caso do Brasil, os produtos mais exportados são
minério de ferro, soja, petróleo bruto e açúcar. Em 2012, US$ 27 bilhões
foram recebidos graças à exportação do petróleo no País. Esse número,
no entanto, é pouco mais de 1% do PIB nacional. “As exportações promovem
o crescimento do país. Portanto, se não capricharmos nesse lado, a
nossa taxa de crescimento estará condenada a ficar nesse crescimento
quase nulo, de apenas 3%”, explica Gomes.
Somados, Arábia Saudita, Estados Unidos, Rússia, Irã e México são responsáveis por aproximadamente 40% da produção de petróleo no mundo. Adriano gomes ressalta, porém, que ter grandes reservas não é garantia de prosperidade do país. “Se o petróleo, ou qualquer outra riqueza, não for bem empregado, a população vai sentir os efeitos. É preciso usá-lo para investir na educação e desenvolvimento do país.”
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