sábado, 4 de julho de 2015

Rebeldes do Iêmen se negam a dialogar com governo no exílio em Genebra

 

 

  A delegação dos rebeldes iemenitas rejeitou nesta terça-feira qualquer tipo de diálogo com o governo no exílio, pouco depois de sua chegada a Genebra para participar das consultas de paz organizadas pela ONU, e pediu para negociar diretamente com a Arábia Saudita.
“Rejeitamos qualquer tipo de diálogo com quem não tem nenhuma legitimidade. Pedimos um diálogo com a Arábia Saudita para deter a agressão”, anunciou Mohamed Zubairi à imprensa, em referência aos bombardeios aéreos da coalizão árabe dirigida por Riad contra os rebeldes huthis.
Por sua vez, o governo iemenita no exílio afirmou que só negociará com os insurgentes “as modalidades de aplicação da (resolução) 2216″ do Conselho de Segurança da ONU, que exige a retirada dos rebeldes das zonas já conquistadas desde o ano passado.
Um mau começo para o encontro com mediação da ONU, que tentará convencer os representantes do governo exilado na Arábia Saudita e os huthis, aliados do Irã, para que cheguem a um acordo de paz ou, ao menos, a uma trégua
As negociações ocorrem no momento em que uma coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita continua bombardeando as posições rebeldes de Ansarullah e as unidades do exército fiéis ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh.
Desde o mês de maio, esta guerra, que torna evidente a rivalidade regional entre o Irã e a Arábia Saudita, já deixou mais de 2.600 mortos, segundo o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.
Os membros da delegação dos huthis (o movimento Ansarullah) e seus aliados haviam partido de Sanaa no domingo em um avião contratado pela ONU, mas a aeronave permaneceu bloqueada por 24 horas no Djibuti.
Os rebeldes acusaram Egito e Sudão de terem proibido a entrada da aeronave em seu espaço aéreo.
“Foi uma decisão da Arábia Saudita que pediu aos seus aliados” em “uma tentativa de sabotar as negociações”, declarou à AFP Adel Shujah, um membro da delegação, ao chegar a Genebra.
A situação se desbloqueou mediante a intervenção “dos Estados Unidos e do sultanato de Omã”, acrescentou.
Omã é a única monarquia do Golfo que não participa das operações militares contra os rebeldes lançadas desde 26 de março pelas forças sauditas.
Omã, que tem boas relações com Irã e Arábia Saudita,havia auspiciado negociações entre Ansarullah e Estados Unidos em maio.

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