O Ministério do Interior do Barém utilizou hoje o
início do Ramadã como pretexto para proibir manifestações do movimento
opositor xiita Al-Wefaq, dias após restringir os locais de protesto e
proibi-los nessa capital.
Líderes da Sociedade Nacional Islâmica Al-Wefaq, principal núcleo
opositor da majoritária população xiita bareinita, assinalaram que
haviam solicitado permissão para 25 mobilizações nessa sexta-feira em
diferentes zonas dessa nação do Golfo Pérsico.
No entanto, o
major general Tariq Al-Hassan, chefe de Segurança Pública, argumentou
que "as marchas estão em linha com a liberdade de expressão garantida na
Constituição", mas os protestos programados "interromperão os serviços e
interesses das pessoas".
O funcionário policial também agregou
que os protestos no primeiro dia do Ramadã (mês sagrado muçulmano)
perseguem o propósito de "alterar a rotina diária das pessoas".
Nesse sentido, o Governo criticou alguns partidos que -segundo disse-
insistem em realizar mobilizações em áreas vitais com o fim de danificar
calçadas e estabelecimentos comerciais e de serviços, causar impacto
negativo à economia nacional e atiçar conflitos internos.
Al-Wefaq refutou essas acusações e anunciou que realizará ações para
exigir transformações democráticas nesse reino governado por uma minoria
muçulmana sunita, ao mesmo tempo em que criticou al-Hassan por vetar um
direito cidadão de se expressar nas ruas.
O chefe de Segurança
Pública atribuiu à oposição um plano para "socavar a segurança e
fomentar alegações infundadas para serem usadas na imprensa e servir a
estreitas intenções políticas, além de acusar o Ministério do Interior
de se opor à liberdade de expressão".
Recordou que essa
dependência governamental executará a ordem de estudar a identificação
de lugares que serão aprovados para concentrações e marchas, com base
nas recomendações do chamado Diálogo Nacional com relação à segurança e à
paz civil.
A restrição da dinastia Al-Khalifa tenta determinar
quais locais oferecem as melhores oportunidades para a liberdade de
expressão, sem violar os direitos dos outros ou afetar os interesses
públicos e a economia, alegou o ministro de segurança.
Assim
mesmo advertiu que será considerado ilegal participar em marchas fora
dos locais fixados e ameaçou com ações legais aos que desrespeitem essa
ordem, que exclui Manama como local onde se pode demonstrar o mal-estar
com a família real governante. |
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