Dois meses depois de sua nomeação como ministro substituindo seu pai, o príncipe ganhou destaque em 26 de março com a intervenção militar no Iêmen contra os rebeldes xiitas huthis. Desde esta data, uma coalizão liderada pela Arábia Saudita, um reino ultraconservador onde o wahabismo nasceu (uma versão rigorista do islã sunita), realizou bombardeios no país vizinho.
Não se sabe a idade exata do príncipe Mohamed, que usa uma barba aparada. Alguns especialistas e a imprensa estimam que teria entre 30 e 35 anos.
O decreto real que nesta quarta-feira o designa como o segundo na ordem de sucessão ao trono destaca suas grandes capacidades. Também foi alçado ao cargo de segundo vice-primeiro-ministro. Já presidia o Conselho de Assuntos Econômicos e de Desenvolvimento.
"É o homem forte da Arábia Saudita", afirmava recentemente uma fonte diplomática ocidental. "Supervisiona tudo o que é importante em seu país".
O príncipe Mohamed ocupa "uma posição com um poder imenso em uma monarquia absoluta", escreveu Bruce Riedel, ex-oficial da CIA que dirige o The Brookings Intelligence Project em Washington.
Segundo Riedel, o príncipe supervisiona a segurança do reino em coordenação com o ministro do Interior, Mohamed ben Nayef, nomeado nesta quarta-feira príncipe-herdeiro, e o príncipe Mitab bin Abdullah, ministro da Guarda Nacional.
Ambicioso
Uma biografia da Misk Foundation, criada por Bin Salman para o desenvolvimento da juventude, afirma que o príncipe teve "uma carreira profissional de dez anos e esteve ativo nos negócios e na filantropia".
É formado em direito pela universidade do rei Saud e em 2009 se tornou conselheiro especial de seu pai Salman, então governador de Riad. Quando seu pai foi designado príncipe-herdeiro passou a dirigir seu gabinete.
Em abril de 2014, o príncipe Mohamed se converteu em secretário de Estado e membro do governo, antes de ser nomeado ministro da Defesa e chefe do gabinete real no dia 23 de janeiro de 2015, quando seu pai sucedeu o rei Abdullah, falecido aos 90 anos.
O príncipe Mohamed "tem a reputação de ser agressivo e ambicioso", disse Riedel.
A guerra no Iêmen ajudou a propulsá-lo. Tanto Mohamed bin Salman quanto Mohamed bin Nayef "gozam de reputação pela forma exemplar com a qual dirigiram militar e politicamente esta guerra até agora", afirmou um conselheiro saudita que pediu o anonimato.
Em várias fotografias publicadas pela imprensa, o ministro da Defesa aparece recebendo seus colegas estrangeiros, e em uma ocasião se inclina em direção a um saudita ferido na guerra.
No Twitter, uma rede social muito utilizada na Arábia Saudita, o príncipe recebe mais elogios que críticas.
É forte e corajoso, afirma um usuário, mas outro o classifica de "saudita temerário que não tem experiência na guerra".
Uma fonte diplomática se pergunta se o príncipe ouve os militares, mas Nawaf Obaid, especialista em relações internacionais na universidade americana de Harvard, diz que existe "uma fluidez considerável entre a liderança política e os altos comandos a cargo das operações".
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