As autoridades de Phnom Penh vieram ontem a público garantir que não assinaram nenhum acordo com a China no sentido de negociar o reconhecimento da soberania chinesa sobre o Mar do Sul da China. O porta-voz do Conselho de Ministros cambojano apelou a um consenso entre as partes em contenda e ao respeito por uma convenção assinada em 2002.
O Camboja não assinou qualquer acordo com as autoridades chinesas relativo ao reconhecimento da soberania de Pequim sobre o Mar do Sul da China, adiantou ontem o porta-voz do Conselho de Ministros do Governo de Phnom Penh, Phay Siphan, numa entrevista concedida à VNA, a agência vietnamita de notícias.
O responsável cambojano negou as informações avançadas pelos meios de comunicação chineses e que davam conta de que o Camboja, o Laos e o Brunei tinham atingido um consenso com as autoridades chinesas, predispondo-se a negociar a título individual com Pequim, em vez de o fazerem em bloco, tal como ficou definido numa das últimas reuniões da ASEAN, a Associação das Nações do Sudoeste Asiático.
No sábado, a CCTV, o Diário do Povo e os principais órgãos de comunicação do continente fizeram eco das declarações de um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Governo de Pequim que asseguravam que as negociações sobre as disputadas no Mar do Sul da China não são um assunto a discutir entre a China e a ASEAN, mas sim com as nações envolvidas no braço-de-ferro.
Wang Yi, Ministro das Relações Exteriores do Governo chinês, visitou o Camboja no passado fim-de-semana, tendo defendido que os países envolvidos no diferendo territorial que tem o Mar do Sul da China como palco devem resolver o problema de forma pacífica, através da via das negociações. O responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros do Executivo de Pequim defendeu ainda que a China e a ASEAN devem cooperar para garantir a paz no Mar do Sul da China.
Apesar de reconhecer que o encontro com Wang Yi decorreu de forma muito cordial, Phay Siphan sublinhou que as autoridades cambojanas não assinaram qualquer acordo tendo em vista a regularização de relações no que toca ao Mar do Sul da China. O responsável cambojana sublinhou a neutralidade do Camboja no braço-de-ferro que opõe a China ao Vietname, às Filipinas e a vários outros países da região, mas manifestou ainda assim o desejo de que as partes em contenda cumpram plena e eficazmente a Declaração sobre a Conduta no Mar do Sul da China, assinada por Pequim e pelos países membros da ASEAN no já longínquo ano de 2002.
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