O grão-duque Henri do Luxemburgo informou ontem o país que precisa de fazer uma “pausa para reflectir” no pedido de demissão do primeiro-ministro, Jean-Claude Juncker, responsabilizado pessoalmente por uma comissão de inquérito parlamentar pelas irregularidades e ilegalidades cometidas pelos serviços secretos daquele país, incluindo escutas ilegais a políticos.
Juncker, que está à frente
do Governo há 18 anos, rejeitou qualquer responsabilidade pelos factos
imputados aos serviços secretos, mas, como prometera na véspera, ao
perder o apoio parlamentar dos socialistas que são seus parceiros de
coligação, apresentou a demissão ao chefe de Estado e solicitou a
realização de eleições antecipadas. “Não me resta outra opção”,
desabafou o primeiro-ministro, que com a demissão evitou submeter o seu
Governo a um voto de desconfiança no Parlamento.
A dissolução da
Câmara dos Deputados e convocação de eleições (num prazo máximo de três
meses) são incumbências do grão-duque, que ontem apenas indicou a sua
intenção de consultar os vários intervenientes políticos do país,
prometendo uma decisão final “na sexta-feira ou início da próxima
semana”. Segundo o porta-voz oficial do palácio, “o grão-duque quer
certificar-se que a antecipação das eleições é apoiada por todos os
partidos políticos”.O primeiro-ministro demissionário sugeriu que as eleições fossem marcadas para o mês de Outubro, sete meses antes do prazo previsto, e garantiu que o seu Governo assegurará a gestão do país até essa data. Juncker disse também que tenciona encabeçar a candidatura do seu partido democrata-cristão, que depois do fim da Segunda Guerra Mundial liderou todos os governos menos um.
Em declarações ao Wall Street Journal, o director da empresa luxemburguesa de sondagens TNS-Ilres, Charles Margue, considerou a reeleição de Juncker praticamente inevitável, mesmo num cenário de votação mais baixa do seu partido.
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