De acordo com a versão oficial, o príncipe Dipendra,
herdeiro do trono nepalês, tinha exagerado nas bebidas durante o jantar e
começou a portar-se de uma maneira indecente. Seu pai, rei Birendra
mandou que saísse da sala... Os irmãos de Dipendra levaram-no para seu
aposento. Uma hora depois o príncipe herdeiro voltou com uma arma de
fogo nas mãos e abriu fogo contra seus parentes. Ele matou nove membros
da sua família, incluindo o rei do Nepal Birendra e a rainha Aishwarya.
Foi assim que um jantar familiar se transformou em “carnificina nepalesa
real”. O próprio Dipendra fez uma tentativa de suicidar-se e pouco
tempo depois faleceu por causa de ferimentos graves, produzidos por esta
arma de fogo.
Depois da morte do rei Birendra um
sacerdote nepalês idoso realizou a cerimônia religiosa de esconjuração
dos espíritos da carnificina real. Durga Prasad Sapkota, 75 anos,
executou neste caso o ritual hinduísta, isto é, levou o espírito do rei
para uma região montanhosa remota e comprometeu-se voluntariamente a
passar o resto da sua vida neste local. Os nepaleses crentes tinham
certeza de que este ritual suavizaria os sofrimentos que o país iria
enfrentar depois da carnificina no palácio real.
Nos
cardápios dos restaurantes de cozinha nepalesa pode-se ver o “prato
real” que, como se afirma, era o prato predileto do rei Birendra. Esta
iguaria é feita de pato tandoori, camarão real e ervilha.
Aliás, o mais provável que este seja um lance de promoção de vendas. Há
quem diga que o monarca nepalês preferia o alimento vegetariano. Por
exemplo, os legumes assados no espeto ou uma salada de rabanete,
pepinos, tomates e cebola. Gostava muito também do queijo paneer,
que goza da popularidade na Índia. Este queijo pode ser submetido à
assadura sem se derreter. Afirma-se também que Birendra não revelava
inclinação para com bebidas alcoólicas mas não deixava de tomá-las de
vez em quando.
O rei cuidava de observar as tradições
que os nepaleses seguem à mesa. Por exemplo, não se podia utilizar a mão
esquerda para tomar uma comida ou bebida. Certa vez, durante a vista do
rei Birendra à Dinamarca, durante uma recepção um garçom por pouco não
entregou ao monarca uma taça de vinho com a mão esquerda. O rei poderia
interpretar isso como um insulto. Um diplomata dinamarquês conseguiu
intervir a tempo tomando a taça na mão direita antes de oferecê-la a
Birendra.
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