Vários imóveis dos duques de Palma foram embargados por ordem do tribunal, no valor de 6,1 milhões de euros, para cobrir a indemnização civil que o genro do rei de Espanha, Iñaki Urdangarin, e o seu ex-sócio, Diego Torres, têm de pagar no âmbito do caso de corrupção e desvio de dinheiros públicos em que estão envolvidos, de acordo com o El País.
Entre as propriedades que
passaram para o tribunal está metade do palacete de Pedralbes, em
Barcelona, avaliado em 10 milhões de euros e que está, de momento, à
venda. Outras três vivendas mais pequenas em Palma de Maiorca e em
Terrassa e ainda garagens e armazéns, num total de 16 imóveis, também
foram abrangidos pela ordem judicial.
A Audiência de Palma de Maiorca, onde o caso está a correr, já tinha decidido penhorar os bens dos dois arguidos, quando estes falharam o pagamento da fiança de 8,2 milhões de euros que o tribunal tinha fixado em Janeiro.O embargo das propriedades está relacionado com o caso de corrupção e branqueamento de capitais que envolve Urdangarin e a Fundação Nóos, que servia para a promoção das actividades desportivas e sem fins lucrativos. Urdangarin, casado com a filha mais nova do rei de Espanha, a infanta Cristina, já foi formalmente acusado.
De acordo com a acusação, Urdangarin e Torres, na altura presidente da Fundação Nóos, celebraram contratos com os governos das ilhas Baleares e da Comunidade Valenciana, ambos dirigidos pelo Partido Popular, em que cobravam por certos serviços pagamentos acima do valor real, através da falsificação de facturas.
Entre 2004 e 2006, a Fundação Nóos assinou acordos com as instituições públicas Ciudad de las Artes y las Ciencias, SA e com a Fundação Turismo de Valência, que somaram um total de três milhões de euros. A 15 e a 16 de Novembro, vão ser ouvidos em tribunal, a propósito destes contratos, a presidente da Câmara de Valência, Rita Barberá, e o ex-presidente da Comunidade Valenciana Francisco Camps, escreve o El País.
Os investigadores descobriram que parte do dinheiro gerado pela Fundação Nóos foi desviado para a Aizoon, ficando à disposição de Urdangarin e da infanta para gastos pessoais. Durante o mês de Novembro, o tribunal vai investigar até que ponto a filha do rei de Espanha esteve envolvida no esquema do marido, podendo vir a ser acusada igualmente de branqueamento de capitais.
O escândalo tem ferido a imagem da monarquia espanhola, apesar de o rei Juan Carlos se ter abstido de comentar publicamente. A primeira reacção da Casa Real foi afastar-se de imediato de Urdangarin, chegando mesmo a apagá-lo do site oficial. No entanto, com a constatação gradual da proximidade da infanta ao esquema de corrupção, será difícil à realeza espanhola sair incólume do caso
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