As autoridades locais do distrito de uThukela, no leste da África do Sul, aprovaram em janeiro uma nova categoria de bolsas de estudos, para meninas virgens para "celebrar e recompensar sua pureza", informou nesta sexta-feira a imprensa local.
A concessão destas bolsas de estudos provocou um intenso debate na África do Sul, já que seus defensores veem na instauração do critério uma legítima defesa da cultura africana com efeitos benéficos na luta contra o contágio pelo vírus da aids e dos níveis endêmicos de maternidade adolescente que tem o país.
Mas muitos denunciam que este parâmetro para escolher os beneficiados de ajudas públicas viola os direitos das jovens e se choca frontalmente com o direito à igualdade como é reconhecido pela Constituição.
Das 113 bolsas de estudos que o conselho de uThukela deu este ano, concedidas a alunos com bons resultados nos exames de entrada na universidade, 16 foram para adolescentes que ainda não tiveram relações sexuais "por serem virgens".
No entanto, as meninas "devem se submeter a controles (de virgindade) a cada final de curso se quiserem conservar suas bolsas de estudos. Se perderem a virgindade tiraremos as bolsas de estudos", afirmou o porta-voz do conselho, Jabulani Mkhonza.
A casa do rei dos zulus, Goodwill Zwelithini, elogiou a iniciativa e lembrou que a monarquia defende que as jovens se mantenham virgens até o casamento.
Conhecida como Zululândia, a região de Kwazulu-Natal é pátria do povo zulu, majoritário na África do Sul.
A casa real zulu é reconhecida pela Constituição assim como as outras monarquias tradicionais, e tem grande influência entre os membros do povo zulu, especialmente nas zonas rurais.
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