“Leigos, sejam embaixadores de
Cristo.” Em síntese, essa é a exortação do Papa Bento XVI aos
participantes do II Congresso pan-africano do laicato católico, em
andamento em Iaundé, em Camarões. O discurso de abertura foi pronunciado
na manhã desta quarta-feira, 5, pelo presidente do Pontifício Conselho
para os Leigos, Cardeal Stanislaw Rylko.
Citando o tema do
encontro, "Ser testemunhas de Jesus Cristo na África hoje", o Papa
afirma o que evoca a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Africae munus, que
ele mesmo entregou ao episcopado africano em novembro do ano passado.
Este
Congresso em Iaundé, de acordo com Bento XVI, se apresenta como uma
etapa significativa do caminho inaugurado pela 2ª Assembleia Especial
para a África. “Durante as minhas viagens ao Continente, afirmei em
várias ocasiões que a África é chamada a ser o ‘Continente da
esperança’. Não eram palavras de circunstância, mas indicavam um
horizonte luminoso que se abre ao olhar da fé.”
O Pontífice
destaca que, à primeira vista, os problemas da África parecem graves e
de difícil solução, e não somente pelas dificuldades materiais, mas
também pelos obstáculos espirituais e morais que também a Igreja
encontra.
Entre essas dificuldades, Bento XVI cita a dilaceração
do tecido pessoal e social, a exasperação do tribalismo, a violência, a
corrupção na vida pública, a humilhação e a exploração das mulheres e
das crianças, o aumento da miséria e da fome e o terrorismo
fundamentalista.
“Olhando mais profundamente, porém, olhando para
o coração dos povos africanos, descobrimos uma grande riqueza de
recursos espirituais, preciosos para o nosso tempo”, afirma o Pontífice.
Ele insere nesse túnel de esperança o exemplo da santa sudanesa
Josefina Bakhita, que mostra como o encontro com o Deus de Jesus Cristo é
capaz de transformar profundamente todo ser humano, inclusive nas
condições mais pobres.
Bento XVI então exorta: “Nesta obra de
transformação de toda a sociedade, tão urgente para a África de hoje, os
fiéis leigos têm um papel insubstituível, eles são os ‘embaixadores de
Cristo’ (2 Cor 5,20) no espaço público, no coração do mundo (Exortação
apostólica Africae munus, 128). Mulheres e homens, jovens, idosos e
crianças, famílias e sociedades, toda a África hoje aguarda os
“embaixadores” da Boa Nova, fiéis leigos provenientes das paróquias, dos
movimentos eclesiais e das novas comunidades, apaixonados por Cristo e
pela Igreja, repletos de alegria, corajosos agentes de paz e
anunciadores de autêntica esperança".
Participam deste Congresso
mais de 300 delegados provenientes de 35 países da África. Cardeal Rylko
afirmou que não obstante o importante crescimento numérico dos últimos
anos, os católicos na África permanecem uma minoria, mas uma “minoria
criativa”, consciente de ser determinante para o futuro do continente.
O
Cardeal define o laicato africano como de “grandes potencialidades
espirituais”, mas que precisa despertar: “Este Congresso, portanto,
deverá ser para todos nós o Congresso do redescobrimento da beleza de
ser cristãos”.
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