O
chefe da polícia de Amã, o general Hussein Majali, disse ontem que os
manifestantes serão esmagados "com punhos de ferro". Majali não precisou
cumprir a promessa nesta sexta-feira porque grupos de partidários da
monarquia também foram às ruas e fizeram manifestações a favor de
Abdullah II.
Na
Jordânia, como em outros países árabes, a população está frustrada com o
aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis, bem como a pobreza
disseminada, o desemprego e a inflação em alta. Os protestos não
adquiriram a violência que levou às quedas dos governos no Egito,
Tunísia e Iêmen, ou às guerras civis na Líbia e na Síria, mas têm
ocorrido nos últimos três anos. Até agora, Abdullah II conseguiu manter o
controle, em parte cedendo poderes ao parlamento e reformando
ministérios.
"Eu
mal consigo sustentar meus quatro filhos, com um salário mensal de US$
500. Como vou aguentar mais um aumento nos preços?" questionou indignado
o funcionário público Thaer Mashaqbeh, de 47 anos. A multidão gritava
"O povo quer derrubar o governo" e "Abdullah, ou você faz as reformas ou
vai embora".
O
governo defendeu o aumento no preço dos combustíveis, ao dizer que é
uma medida necessária para reduzir o déficit do orçamento e a dívida
externa, como parte dos esforços da Jordânia para conseguir um
empréstimo de US$ 2 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os
protestos na Jordânia foram retomados na noite de terça-feira, após o
governo ter decretado um aumento de 54% no preço do gás natural e de até
28% nos combustíveis. Pelos menos 157 pessoas foram detidas pela
polícia desde a noite do dia 13.
Nenhum comentário:
Postar um comentário