sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Crises do mundo árabe obrigam secretário americano a voltar ao Oriente Médio




O chefe da diplomacia americana, John Kerry, parte mais uma vez neste fim de semana em giro pelo Oriente Médio e pelo Golfo, com uma delicada agenda que inclui o processo de paz entre israelenses e palestinos, a guerra na Síria e a crise nuclear com o Irã.
Escala-chave desta 17ª viagem em oito meses do secretário de Estado americano, Kerry acontecerá no domingo, na Arábia Saudita, onde se reunirá com o rei Abdullah em uma tentativa de diminuir as tensões entre os dois aliados: Riad critica Washington por sua falta de rigidez ante o conflito sírio e por sua aproximação com o Irã.
Depois de Riad, Kerry é esperado em Varsóvia, Jerusalém, Belém, Amã, Abu Dhabi, Argel e Rabat, durante o périplo que termina em 11 de novembro.
Kerry, próximo ao seu colega saudita, o príncipe Saud al-Faisal, com quem se encontrou em Paris há dez dias, "reafirmará a natureza estratégica da relação entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita, dada a importância do trabalho entre os dois países ante objetivos compartilhados", segundo o departamento de Estado.
Momento de esfriamento
As relações entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita passam por um momento de esfriamento, tanto no caso sírio quanto no iraniano, pela aparente força dos xiitas na região, rivais de Riad.
A monarquia islâmica saudita, de maioria sunita, anunciou em 18 de outubro sua rejeição em integrar como membro não permanente o Conselho de Segurança da ONU, um gesto sem precedentes, em protesto pela incapacidade deste órgão de colocar fim à guerra na Síria, que já se prolongou por mais de dois anos e meio.
Os sauditas criticam seus aliados americanos por terem renunciado a combater militarmente o regime sírio de Bashar al-Assad.
Segundo o jornal Wall Street Journal, o chefe da inteligência saudita, o príncipe Bandar Bin Sultan al-Saud, revelou a diplomatas europeus sua intenção de trabalhar à margem da cooperação com a CIA para treinar rebeldes sírios e colaborar com outros aliados, como Jordânia e França.
Impulso ao processo de paz
Personagem chave da retomada no fim de julho do diálogo direto entre israelenses e palestinos, John Kerry byscará dar um impulso ao processo de paz, que sofreu um duro golpe, segundo os palestinos, pelo novo anúncio de Israel da construção de casas em colônias em Jerusalém Oriental.
O Departamento de Estado reconheceu que este anúncio ofusca o clima das negociações, que já descarrilaram em setembro de 2010 pela política de colonização.
Na terça-feira em Belém, Kerry se reunirá com o presidente palestino, Mahmud Abbas, informou um funcionário palestino.
O Irã também é um tema de discórdia entre Israel e Estados Unidos: o Estado hebreu teme que Washington alivie as sanções contra Teerã sem conseguir concessões em seu programa nuclear.
Dentro de seu giro pelo mundo árabe, Kerry também fará uma breve escala na Europa, em Varsóvia, para falar de "nossa cooperação de defesa com a Polônia e (de sua) contribuição com a promoção da democracia e (...) a influência da Otan", segundo a porta-voz Psaki.

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