sábado, 28 de fevereiro de 2015

Obama chama Dalai Lama de "amigo" e o cumprimenta à distância

 

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Convidado a falar para uma plateia de três mil pessoas reunidas no tradicional evento religioso anual que acontece na capital americana, Barack Obama se referiu carinhosamente a Dalai Lama em seu discurso de boas-vindas.
"Eu quero acolher particularmente um bom amigo", declarou o democrata. Para Obama, o Dalai Lama "é um exemplo poderoso do que significa a compaixão, ele é uma fonte de inspiração que nos motiva a falar em favor da liberdade e da dignidade de todos os seres humanos". E completou: "Estamos felizes que ele esteja entre nós". Obama lembrou também já ter recebido várias vezes o líder espiritual dos tibetanos na Casa Branca, residência oficial da presidência americana.
Depois de ter sido anunciado, Dalai Lama juntou suas duas mãos e saudou o público na sala de conferências. Barack Obama, instalado em uma plataforma ao lado de sua esposa Michelle e de outros palestrantes, responderam com o mesmo gesto.
Sem "encontro específico"
O luga reservado ao Dalai Lama foi em uma mesa redonda na frente do palco, em companhia de Valerie Jarret, um conselheira próxima de Obama. Tradicionalmente, o presidente americano cumprimenta os líderes religiosos presentes no evento. Mas a Casa Branca teve o cuidado de evitar um "encontro específico" entre os dois Prêmios Nobel da Paz, embora não esteja excluído um "breve encontro".

 
Sem surpresa, a China, que faz questão de alertar para qualquer tipo de ingerência em "assuntos internos" do país, não demorou a reagir. "Nós somos contra todo tipo de encontro,  entre um líder estrangeiro e o Dalai Lama", declarou Hong Lei, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores. O diplomata disse que Washington deveria "agir sobre a questão como se deve, levando em consideração os interesses das relações bilaterais" entre a China e os Estados Unidos.

China condena anunciado encontro de Obama com o Dalai Lama

 


 
O governo chinês manifestou hoje "forte oposição" ao anunciado encontro do Presidente norte-americano, Barack Obama, com o Dalai Lama, considerando a iniciativa "uma ingerência nos assuntos internos da China".
"Opomo-nos fortemente à ingerência de qualquer país nos assuntos internos da China em nome de questões relacionadas com o Tibete", disse o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hong Lei.
Obama participará na quinta-feira com o Dalai Lama numa Oração Nacional (National Prayer Breakfast) em Washington, anunciou a Casa Branca, no que será o quarto encontro entre o presidente norte-americano e o exilado líder espiritual dos tibetanos.
"Questões relacionadas com o Tibete dizem respeito ao núcleo essencial dos interesses e dos sentimentos nacionais da China", disse o porta-voz do MNE chinês.
"Exortamos os Estados Unidos a manterem-se fiéis aos seus compromissos acerca do Tibete e a lidarem com a referida questão (o Tibete) tendo em conta os interesses globais das relações sino-norte-americanas", acrescentou.
O Dalai Lama, galardoado em 1989 com o Premio Nobel da Paz, exilou-se na India há mais de meio século, depois de uma frustrada rebelião contra a administração chinesa no Tibete.
Para as autoridades chinesas, o Dalai Lama "é um lobo com pele de cordeiro" e "sob a capa da religião, promove atividades para dividir a China".
O Tibete - um vasto e remoto território da cordilheira dos Himalaias, cerca de doze vezes maior do que Portugal e apenas três milhões de habitantes, é uma das cinco regiões autónomas da Republica Popular da China.
O Dalai Lama reclama uma "maior autonomia para o Tibete", nomeadamente no plano cultural e religioso, mas diz que não defende a independência do território.
 
 

Dalai Lama desculpa governo dinamarquês por não recebê-lo

 

O Dalai Lama declarou nesta quarta-feira em Copenhague que entendia a relutância do governo dinamarquês de recebê-lo, considerando não ter nada a exigir dos líderes políticos de outros países.
"Eu acredito que seja lógico. Eu não tenho nenhuma responsabilidade política, por isso, mesmo que me reunisse com seus dirigentes, não teria nada a pedir", declarou em uma coletiva de imprensa o líder espiritual dos tibetanos, que renunciou a todas as suas posições políticas em 2011.
No entanto, ele lembrou que "o mundo livre tem a responsabilidade de conduzir a China para o caminho da democracia mundial".
"Os chineses também querem isso", disse.
Convidado por um grupo de associações budistas dinamarquesas, o Dalai Lama não se encontrou com qualquer representante do governo durante a sua visita.
O ministro dinamarquês das Relações Exteriores, Martin Lidegaard, disse na segunda-feira que não recebeu nenhuma solicitação neste sentido.
Em maio de 2009, uma encontro entre o Prêmio Nobel da Paz de 1989 e o primeiro-ministro dinamarquês Lars Loekke Rasmussen provocou a indignação de Pequim, que cancelou suas reuniões ministeriais com a Dinamarca.
Cada viagem ao exterior do Dalai Lama coloca os governos em um dilema, porque têm de escolher entre ignorar um símbolo da política e do pacifismo e recebê-lo, cientes de que serão repreendidos por Pequim, que o acusa de lutar pela independência da região chinesa do Tibete, embora o líder espiritual simplesmente peça mais "autonomia cultural" para a sua região.
Poucos dias atrás, o presidente americano Barack Obama o recebeu e a China denunciou duramente a "interferência" dos Estados Unidos em seus assuntos internos.

Papa Francisco critica salários de 600 euros por 11 horas de trabalho

 

 
O Papa Francisco criticou este sábado que se paguem salários não declarados e se ofereçam 600 euros por mês por 11 horas de trabalho, num discurso dirigido a várias cooperativas, adiantando que haverá sempre quem aceite por necessidade.
 
 
"Há quem trabalhe 11 horas por dia por 600 euros por mês. E, se não gostas, dizem-te que vás para casa. É isto que acontece no mundo, onde se não aceitas outro aceitará. A fome faz também com que se aceitem trabalhos não declarados, como acontece com todo o pessoal doméstico, Quantos deles têm garantida uma pensão?", questionou o Papa.
Francisco lamentou também "o drama da cultura do descartável" e exemplificou:" E tu o que és? Sou engenheiro. Quantos anos tens? 49. Então não serves, vai-te".
No discurso, o Papa valorizou o trabalho das cooperativas e pediu que encontrem "formas, métodos e instrumentos para combater esta cultura do descartável, cultivada pelos poderes que controlam as políticas económicas e financeiras do mundo globalizado".
Por isso, aconselhou as cooperativas a converterem-se "no motor que levanta e desenvolve a parte mais débil das nossas comunidades locais e da sociedade civil".
Pediu que pensem "especialmente nos jovens e em tantas mulheres que precisam de entrar no mundo do trabalho ou nos adultos que perdem o emprego".
Apelou ainda para que sejam ativos na procura de "novas soluções de bem-estar social, particularmente na saúde, um campo delicado onde tanta gente pobre não encontra respostas às suas necessidades".

Vaticano diz que papa Francisco não quis ferir México com suas palavras

 

Declarações da Santa Sé ocorrem um dia depois de pontífice pedir que se evite a 'mexicanização' na Argentina

 
Cidade do Vaticano - A Santa Sé afirmou nesta terça-feira que as palavras do papa Francisco sobre o risco de "mexicanização" da Argentina não tinham a intenção de estigmatizar os mexicanos e reconheceu o esforço do governo do país na luta contra o narcotráfico. "A Santa Sé considera que de nenhuma maneira o termo 'mexicanização' teria uma intenção estigmatizante para o povo do México e, menos ainda, poderia considerar uma opinião política em detrimento de uma nação que vem realizando um esforço sério por erradicar a violência e as causas sociais que a originam", diz a carta.
A Embaixada do México confirmou à imprensa, através de nota, o recebimento do texto enviado pelo porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, ao embaixador do mexicano perante a Santa Sé, Mariano Palacios Alcocer. Na carta, segundo o órgão representativo, a Santa Sé ressaltou o bom momento das relações com o México, e afirmou que Francisco não pretendia ferir os sentimentos dos mexicanos nem os esforços do governo.
 
O Vaticano reconheceu os programas realizados pelo governo do México para a "preservação da paz e a tranquilidade social". "A Santa Sé considera que a gravidade do fenômeno do narcotráfico na América Latina obrigou os governos, como é o caso do México, a estabelecerem programas para combater a violência, devolver a paz e a tranquilidade às famílias", dizia o texto enviado a imprensa.
Estas declarações da Santa Sé ocorrem um dia depois de o papa Francisco mostrar sua preocupação com avanço do tráfico de drogas na Argentina em carta dirigida ao deputado argentino Gustavo Vera, na qual pediu "evitar a mexicanização" do país. "Tomara que tenhamos tempo de evitar a mexicanização. Estive falando com alguns bispos mexicanos e a coisa é de terror", afirmou o pontífice na carta, publicada no site da ONG La Alameda, presidida por Vera. A carta foi uma resposta a uma mensagem anterior de Vera no qual ele advertiu sobre o grande crescimento do tráfico na Argentina e informava ao pontífice sobre as próximas denúncias que fazer através da ONG, que luta contra o tráfico humano e o trabalho escravo.

Papa Francisco diz que fim da obrigação do celibato “está na agenda” da Igreja

 

 
Uma das questões mais delicadas nas tradições católicas é a exigência do celibato para os sacerdotes, que precisam abdicar da possibilidade de construir uma família para seguir o ministério.
O papa Francisco, que já admitiu que a exigência do celibato não é um dogma de fé, mas apenas uma tradição da igreja, voltou a falar no tema essa semana.
Durante uma entrevista, concedida na última quarta-feira, 19 de fevereiro, o papa afirmou que o fim do celibato é um assunto para o qual ele tem dedicado parte de seu tempo.
“Isso está presente na minha agenda”, disse Francisco aos jornalistas. A possibilidade do fim do celibato obrigatório abre inúmeros debates sobre a liturgia católica, pois atualmente os padres ocidentais que se casam tornam-se impedidos de conduzir celebrações religiosas.
De acordo com informações  , a punição aos padres que se casam não é aplicada a padres dos países orientais, onde o rito da Igreja Católica permite que o sacerdote continue em sua função caso se case.
Em outras oportunidades, Francisco já havia dito que nutre um “apreço” pelo celibato, porém entende que o tema precisa ser revisto, afinal, para muitas pessoas parte dos casos de pedofilia e homossexualidade dentro da Igreja Católica se deve a isso.
“A Igreja Católica tem padres casados, católicos, gregos, católicos coptas e no rito oriental. Não é um debate sobre um dogma, mas sobre uma regra de vida que eu aprecio muito e que é um dom para a Igreja. Por não ser um dogma da fé, a porta sempre está aberta (à discussão)”, afirmou o papa em maio de 2014, durante a viagem de volta a Roma depois de sua visita a Israel.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Manifestações ONU e Canadá preocupados com violência na Venezuela

 

As Nações Unidas e o Canadá manifestaram hoje a sua preocupação com a violência registada na Venezuela durante manifestações anti-governamentais.
Mundo

A posição das Nações Unidas foi expressa pelo porta-voz do secretário-geral Ban Ki-moon, que expressou a sua preocupação pelas novas informações relativas a atos violentos na Venezuela e manifestou o seu apoio aos esforços que promovam o diálogo político no país.
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Na declaração, lida por Stéphane Dujarric, Ban Ki-moon diz "ter tomado nota da vontade do Governo para levar a cabo uma investigação completa".
No texto não é feita referência a factos concretos, mas sabe-se que na passada terça-feira um adolescente 14 anos morreu em consequência de disparos feitos pela polícia venezuelana durante uma manifestação em San Cristobal.
Em Otava, durante uma conferência de imprensa, o chefe da diplomacia canadiana, Rob Nicholson, leu uma declaração em que manifesta também preocupação pela decisão das autoridades venezuelanas em permitir que as forças da ordem possam fazer uso progressivo de força letal para controlar manifestações.
"O Canadá está preocupado com a decisão do Governo da Venezuela em autorizar o uso de força letal contra manifestantes (...). O Canadá está profundamente triste com a morte trágica de um adolescente", salientou o ministro.
Segundo aquele responsável, as autoridades canadianas esperam "que a investigação castigue os responsáveis por esta violência desnecessária e que a Venezuela cumpra com as suas obrigações internacionais, demonstre o seu compromisso com os direitos humanos, incluindo a liberdade de expressão e as manifestações pacíficas".
Pelo menos cinco estudantes ficaram feridos quarta-feira nas imediações da Universidade de Los Andes, a sudoeste da capital da Venezuela, quando agentes policiais reprimiram uma manifestação de protesto contra o assassínio do adolescente.
Segundo o diretor de "assuntos estudantis" da Universidade de Los Andes, Marcos Pino, um dos estudantes foi ferido com uma arma de fogo, três deles com 'metras' (pequenas bolas de vidro) e um outro com balas de borracha.
Os estudantes exigem que o responsável pelo assassínio de Kluiverth Roa Núñez e os responsáveis por 43 homicídios de jovens em 2014, durante protestos contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro e "outros cinco jovens [estudantes] que foram assassinados na semana passada" no país, sejam levados a julgamento.
Kluiverth Roa Núñez morreu terça-feira em consequência de um tiro na cabeça, alegadamente efetuado por um agente da Polícia Nacional Bolivariana, nas proximidades da antiga Universidade Católica de Táchira.
O agente em causa já admitiu ter feito um disparo com "bala de borracha".

Nova Zelândia vai enviar missão militar de treino para o Iraque

 

 

A Nova Zelândia vai enviar uma missão militar de treino para o Iraque como parte da sua contribuição para a coligação internacional que luta contra o grupo Estado Islâmico (EI), anunciou hoje o primeiro-ministro John Key. 

 
O Executivo neozelandês aprovou esta semana o envio por dois anos da missão militar de formação na base de Taji, a norte de Bagdad, a partir de maio próximo, segundo um comunicado do gabinete do primeiro-ministro.

O contingente de um total de 143 pessoas inclui 106 militares, que se vão dedicar a tarefas não relacionadas com o combate e vão contribuir para a formação das forças de segurança iraquianas, além de outro tipo de pessoal de apoio.

"É provável que se trate de uma missão de formação conjunta com a Austrália", acrescentou.

Key explicou que o seu Governo "considerou as opções para aumentar a contribuição para a coligação além da assistência humanitária", por considerar que tem "a obrigação de apoiar a estabilidade e o direito internacional".

"A capacidade do EI para incentivar os radicais islamitas converte-os numa ameaça à estabilidade do Médio Oriente, assim como a nível regional e local", sublinhou Key ao destacar em comunicado que a "brutalidade" do grupo uniu 62 países numa coligação.

Em meados do mês, a Nova Zelândia recebeu a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros do Iraque, Ibrahim Al-Jaafari, que pediu formalmente a ajuda daquela nação na sua campanha para lutar contra o EI. 
 

A Nova Zelândia vai enviar uma missão militar de treino para o Iraque como parte da sua contribuição para a coligação internacional que luta contra o grupo Estado Islâmico (EI), anunciou hoje o primeiro-ministro John Key. 

O Executivo neozelandês aprovou esta semana o envio por dois anos da missão militar de formação na base de Taji, a norte de Bagdad, a partir de maio próximo, segundo um comunicado do gabinete do primeiro-ministro.

O contingente de um total de 143 pessoas inclui 106 militares, que se vão dedicar a tarefas não relacionadas com o combate e vão contribuir para a formação das forças de segurança iraquianas, além de outro tipo de pessoal de apoio.

"É provável que se trate de uma missão de formação conjunta com a Austrália", acrescentou.

Key explicou que o seu Governo "considerou as opções para aumentar a contribuição para a coligação além da assistência humanitária", por considerar que tem "a obrigação de apoiar a estabilidade e o direito internacional".

"A capacidade do EI para incentivar os radicais islamitas converte-os numa ameaça à estabilidade do Médio Oriente, assim como a nível regional e local", sublinhou Key ao destacar em comunicado que a "brutalidade" do grupo uniu 62 países numa coligação.

Em meados do mês, a Nova Zelândia recebeu a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros do Iraque, Ibrahim Al-Jaafari, que pediu formalmente a ajuda daquela nação na sua campanha para lutar contra o EI. 

Austrália pede clemência para condenados na Indonésia


 

 

Ministra do Exterior diz estar decepcionada com rejeição de recurso de dois australianos condenados à morte. Assim como o brasileiro Rodrigo Gularte, eles estão entre os próximos na fila de execução.
A ministra do Exterior da Austrália, Julie Bishop, afirmou nesta quarta-feira (25/02) estar "muito decepcionada" com a última tentativa frustrada de dois cidadãos australianos presos na Indonésia de se livrarem do corredor da morte. Eles tiveram os pedidos de clemência negados um dia antes.
Bishop voltou a apelar por clemência ao presidente indonésio, Joko Widodo. "Respeitamos a soberania da Indonésia, seu sistema legal. O que pedimos é que o presidente Widodo mostre misericórdia por esses dois jovens australianos", declarou a ministra. "Ele [Widodo] é um homem generoso e misericordioso."
Na terça-feira, um tribunal indonésio rejeitou os recursos de Myuran Sukumaran, de 33 anos, e Andrew Chan, de 31, para tentar evitar a execução, que poderá ser realizada nos próximos dias. Líderes da gangue Bali Nine, os dois foram presos em 2005 ao tentarem entrar na Indonésia com heroína. A pena de morte foi sentenciada no ano seguinte.
Nesta terça-feira, Widodo afirmou que nenhuma intervenção internacional vai barrar as execuções dos dois australianos nem de nenhum outro estrangeiro. Ele tem negado os insistentes apelos enviados por Austrália, Brasil e França – países com cidadãos inscritos na lista de próximos fuzilamentos.
Além de Sukumaran e Chan, outros nove devem ser mortos na nova rodada de fuzilamentos, entre eles o brasileiro Rodrigo Gularte, de 42 anos. Em 2005 Gularte foi julgado e condenado à morte por entrar na Indonésia com seis quilos de cocaína em pranchas de surfe.
No mês passado, o governo indonésio executou seis presos por tráfico de drogas, incluindo o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos. Ele foi fuzilado após dez anos no corredor da morte. Archer havia sido preso por tráfico de 13 quilos de cocaína em 2003 e julgado em 2004.
Os pedidos de clemência feitos por Archer e pelo governo brasileiro foram negados, causando um grande mal-estar diplomático entre os dois países. Segundo o jornal The Jakarta Post, o governo indonésio estaria até mesmo reavaliando a compra de 16 aviões de combate Super Tucano da Embraer e lança-foguetes do Brasil após o desgaste com o país sul-americano.
Na segunda-feira, o porta-voz da diplomacia indonésia, Armanatha Nasir, declarou que o país asiático ainda aguarda um pedido de desculpas de Brasília pelo adiamento da apresentação das credenciais do embaixador indonésio designado para o Brasil, Toto Riyanto. O governo brasileiro chamou de volta seu embaixador na Indonésia para consultas, uma atitude de protesto.

MCDONALDS ACUSADO DE MONTAR ESQUEMA DE MIHÕES DE EUROS EM LUXEMBURGO

A McDonalds terá montado um esquema de fuga ao fisco no valor de mil milhões de euros. O esquema foi montado entre 2009 e 2013 e passava pela filial luxemburguesa do gigante norte-americano. A denúncia foi feita esta quarta-feira por um conjunto de sindicatos.
"A McDonald's reduziu, deliberadamente, a sua exposição fiscal na Europa num valor de mais de um milhão de euros“ diz em comunicado conjunto a Federação Sindical Europeia de Serviços Públicos (EPSU), a Federação Europeia de Sindicatos da Alimentação, Agricultura e Turismo (EFFAT) e a União Internacional de Empregados de Serviços (SEIU). No comunicado os sindicatos pedem à UE que investigue o gigante norte-americano.
As três organizações sindicais calculam que a empresa americana tenha desviado de outros países da Europa para para a sua filial no Luxemburgo, a McD Europe Franchising, pelo menos 3,7 mil milhões de euros. No Grão-Ducado, segundo as contas dos sindicatos, a empresa terá pago apenas 16 milhões de euros em impostos entre 2009 e 2013.
"Pedimos à Comissão Europeia, às autoridades fiscais dos diversos países, e também ao Parlamento Europeu que investiguem as práticas fiscais do McDonald's“, pedem os sindicatos no comunicado.
A McDonalds Europe já reagiu e garante "respeitar as leis em vigor, entre elas o pagamento dos impostos correspondentes em cada país".

Grão-Duque do Luxemburgo visita Cabo Verde para assinar novo programa de cooperação



 

 

 
O Grão-duque do Luxemburgo vai visitar Cabo Verde de 9 a 12 de Março para, à frente de uma delegação governamental, proceder à assinatura do 4º Programa Indicativo de Cooperação (PIC).
A visita de quatro dias, que o CONTACTO vai acompanhar, acontece a convite do Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, e é a primeira que o soberano luxemburguês efectua ao arquipélago.
Além de um encontro com Jorge Carlos Fonseca, o Grão-duque do Luxemburgo, que viaja com a Grã-duquesa, inaugurará o Centro de Energia Renováveis e Manutenção Industrial e participará num fórum económico bilateral.
Do programa consta ainda a inauguração da residência de estudantes da Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde (EHTCV), projecto que, tal como o próprio estabelecimento de ensino, foi financiado pela Cooperação Luxemburguesa, e visitas às ilhas de São Vicente e Santo Antão.
A delegação luxemburguesa inclui ainda o ministro da Cooperação e Acção Humanitária, Romain Schneider, e a secretária de Estado da Economia, Francine Closener.
Em Março de 2014, durante a visita a Cabo Verde do primeiro-ministro luxemburguês, Xavier Bettel, altura em que se realizou a XIV Reunião da Comissão de Parceria Bilateral, ficou definido que a cooperação entre os dois países seria alargada aos sectores económicos, nomeadamente ao domínio empresarial.
Na altura, o então ministro das Relações Exteriores cabo-verdiano, Jorge Borges, actual embaixador de Cabo Verde junto da União Europeia (UE), defendeu o reforço do investimento luxemburguês no sector privado, sobretudo nas áreas da formação, educação, economia marítima, energias renováveis e saúde.
O ponto alto das relações entre o arquipélago e o país que acolhe uma das mais importantes comunidades cabo-verdianas na diáspora, estabelecidas ainda nos anos 1980, chegou em 2002, quando as duas partes assinaram o primeiro PIC, no valor de 33,5 milhões de euros, montante que subiu, em 2006, para 45 milhões de euros.
O valor financeiro da cooperação constante no quarto PIC para 2016 e 2020, que vai ser assinado em Março, ainda não é conhecidoo. O último contemplou uma ajuda financeira de 60 milhões de euros. A verba foi destinada a projectos nas áreas da educação, microfinanças, inserção socioprofissional, actividades geradoras de rendimento, apoio a pequenas e médias empresas e indústrias, água e saneamento associado às energias renováveis, além de apoio à saúde escolar e cantinas escolares e ajuda alimentar.

Ameaças à liberdade de expressão preocupam Anistia Internacional

 

 
A secção do Luxemburgo da Amnistia Internacional (AI) está preocupada com as medidas adoptadas pelos Governos europeus para lutar contra o terrorismo, na sequência dos ataques ao semanário satírico “Charlie Hebdo”, considerando que podem constituir “ameaças à liberdade de expressão”.
O alerta foi feito na terça-feira pelo luso-descendente David Pereira, presidente da secção luxemburguesa da organização internacional.
“A Amnistia está muito preocupada com as medidas que os Governos estão a adoptar para lutar contra actos terroristas, e que ameaçam a liberdade de expressão”, disse David Pereira ao CONTACTO, à margem da apresentação do relatório anual da organização.
Salientando que o Luxemburgo “ainda não aprovou leis neste sentido”, o presidente da Amnistia Internacional no Grão-Ducado declarou-se no entanto preocupado com o reforço dos Serviços de Informação do Luxemburgo (SREL), anunciado pelo ministro Étienne Schneider na semana passada (ver artigo nesta página).
Para a organização internacional de defesa dos direitos humanos, estão em causa o direito à privacidade e a liberdade de expressão.
“Tememos que as pessoas em geral sejam sujeitas a vigilância, de forma muito intrusiva, o que não contribuirá para combater o terrorismo, como as revelações de Snowden sobre a NSA demonstraram. Pelo contrário, todas as pessoas podem passar a ser consideradas suspeitas”, disse David Pereira ao CONTACTO.
O luso-descendente, de 37 anos, assumiu a presidência da organização no Luxemburgo há um ano, em Março de 2014.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Na web, radicais islâmicos celebram morte do monarca

 

Militantes islâmicos e seus partidários celebraram ontem nas redes sociais  a morte do rei saudita Abdullah, descrevendo o monarca como um “servo” dos norte-americanos, com quem conspirou para matar muçulmanos. Abdullah, que morreu aos 90 anos, começou a combater os militantes da Al-Qaeda cerca de uma década atrás, quando os extremistas lançaram uma série de ataques no reino com o objetivo de derrubar a monarquia. Apoiado pelo principal aliado do país, os Estados Unidos, autoridades sauditas responderam com fortes ações de repressão e detiveram suspeitos de serem militantes. Outros, foram condenados à morte. “O ladrão das duas mesquitas sagradas morreu”, escreveu um partidário militante no Twitter, referindo-se a Meda e Medina. “Ele viveu e morreu como um servo dos Estados Unidos”, escreveu outro.

 
Muitos extremistas muçulmanos consideram a família real saudita corrupta e incapaz de governar. O grupo Estado Islâmico, que atualmente domina um terço dos territórios da Síria e do Iraque, geralmente cita a cidade sagrada saudita de Meca, na Arábia Saudita, como um de seus alvos

A Arábia Saudita também é parte da coalizão liderada pelos Estados Unidos que realiza ataques aéreos contra o grupo. Um partidário da jihad que se identifica como Abu Azzam al-Najdi criticou o rei dizendo que “ele enviou seus aviões de guerra para matar muçulmanos (na Síria). Ele prendeu homens e mulheres muçulmanos e, onde quer que houvesse uma guerra contra os jihadistas, ele era o primeiro”.

Partidários da Al-Qaeda e do Estado Islâmico organizaram seus comentários com hashtags, algumas das quais podem ser traduzidas como “morte ao tirano”. Outro partidário da jihad, conhecido pelo nome de Omar, escreveu “o cão que ocupava a terra dos dois templos sagrados, finalmente morreu. Não tem Bush ou Obama para salvá-lo de Alá”.

Obama presta homenagem ao rei Abdullah e defende aliança com Arábia Saudita

 


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu nesta terça-feira a aliança com a Arábia Saudita no campo da segurança, mesmo que seu parceiro receba críticas sobre abuso de direitos humanos. Obama participou de uma comitiva norte-americana que foi prestar homenagem ao rei Abdullah, que faleceu na semana passada.O status de aliado da Arábia Saudita parece, às vezes, deixá-la menos vulnerável a críticas sobre os abusos de direitos humanos que acontecem no país, assim como suspeitas de que dinheiro saudita pode estar irrigando grupos terroristas na região. Obama, entretanto, afirmou que o jeito mais efetivo de lidar com essas questões é pressionar a monarquia "ao mesmo tempo em que levamos outros assuntos importantes a cabo."
"Às vezes, precisamos balancear nossas questões sobre direitos humanos com outras mais imediatas, que têm a ver com contraterrorismo ou a estabilidade regional", disse Obama em uma entrevista televisionada.
O rei Salman Bin Abdul-Aziz Al Saud Salman recebeu pessoalmente Obama e a comitiva dos EUA, que jantaram no palácio de Erga. Após a refeição, o presidente e o rei fizeram sua primeira reunião formal. Obama afirmou, antes da viajar ao Oriente Médio, que não iria levar o assunto do blogueiro Raif Badawi, condenado a dez anos de prisão e mil chicotadas por insultar o islã.
A Arábia Saudita se tornou um dos poucos países em que os EUA podem contar na região. Recentemente, ela foi um dos poucos que se juntaram aos EUA na missão de realizar ataques aéreos contra o grupo extremista Estado Islâmico

 

Príncipe Charles sente culpa por introduzir Diana à Realeza

 


"O príncipe Charles ainda se sente culpado por inserir Diana em um mundo com o qual ela não podia lidar", revelou um antigo cortesão ao Daily Mail. Por outro lado, o herdeiro do trono britânico não se sentiria mais responsabilizado pela morte da esposa, em 1997, de acordo com a mesma fonte. 
"Quando Diana morreu, sua reação instintiva foi se sentir terrivelmente culpado por tudo o que havia conduzido àquele momento trágico", relatou. "Mas ele não se sente mais culpado por sua morte porque aceitou que nada tinha a ver com onde Diana estava ou com quem estava naquela época. Mas o que o faz se sentir culpado é o fato de ele ter introduzido Diana à Realeza e a uma vida com as quais ela não podia lidar", finalizou.
Charles errou a primeira vez - referindo-se ao seu casamento com Dilma -, mas está acertando com Camilla, relatou o cortesão ao jornal.
O interesse público pelo passado e pelo futuro do príncipe foi recuperado após a publicação da biografia não oficial "Charles, o Coração de um Rei".
Uma das passagens da obra revela que, ao passo em que a união do casal real se deteriorava, Diana se tornava mais forte, enquanto Charles ficava mais fraco.  A autora, a jornalista da revista Time Catherine Mayer, ressaltou que o "príncipe se sentia pressionado por Diana, por seus pais e pela imprensa".
A escritora revelou também que a Rainha Elizabeth está preocupada com o estilo de monarquia que seu filho pode estabelecer. Ela sugere que o ativismo de Charles em assuntos como meio ambiente daria origem a um "potencial novo modelo de reinado".
"Alguns cortesãos e a própria soberana temem que seus súditos não tolerem o choque com o novo", escreveu a autora.
 

Bahrein tira nacionalidade de 72 cidadãos por violência

 

 
O Bahrein anunciou neste sábado que tirou a nacionalidade de 72 cidadãos que "prejudicaram os interesses do reino", onde a maioria xiita pede desde 2011 uma monarquia constitucional, segundo a agência oficial BNA.
Segundo a agência, esta decisão, anunciada por decreto, se inscreve dentro das medidas tomadas para "preservar a segurança e a estabilidade e lutar contra os perigos e as ameaças terroristas".
A agência oficial publicou os nomes das 72 pessoas privadas da nacionalidade do Bahrein.
"As autoridades competentes no ministério do Interior tomarão as medidas necessárias para aplicar a decisão governamental", explicou a BNA.
Trata-se do maior número de bahrenitas que perde coletivamente a nacionalidade desde que entrou em vigor uma lei adotada em 2013 que prevê esta sanção para os autores de ações qualificadas como "terroristas".
Pequeno país dirigido pela dinastia sunita Al Khalifa, o Bahrein vive, desde fevereiro de 2011, protestos da maioria xiita, que pede uma verdadeira monarquia constitucional.

Rei Juan Carlos recorre de pedido de paternidade

 

O rei Juan Carlos I da Espanha recorreu do pedido de reconhecimento de paternidade feito por uma mulher que garante ser sua filha - informou neste sábado uma fonte judicial.
Os advogados do rei apresentaram um recurso para eludir o primeiro julgamento enfrentado por Juan Carlos I, de 77 anos, desde que perdeu sua imunidade jurídica ao abdicar do trono, em junho de 2014.
No mês passado, o Supremo Tribunal espanhol admitiu o trâmite da demanda de Ingrid Sartiau, uma dona de casa belga de 48 anos.
"Dom Juan Carlos apresentou um recurso contra a admissão de trâmite do pedido de paternidade", garantiu uma fonte judicial à AFP.
Sartiau "recorreu, por sua parte, ao auto de admissão de trâmite porque não recebeu resposta ao que solicitava como prova antecipada, que era o teste de DNA", agregou a fonte.
Os advogados de ambas partes e a promotoria devem estudar os recursos antes que sejam levados ao tribunal, que tomará uma decisão sobre o assunto nas próximas semanas.
Ingrid Sartiau sustenta que é fruto da breve relação entre sua mãe e o então príncipe Juan Carlos no final de 1965, 10 anos antes de sua ascensão ao trono. Juan Carlos se casou com a rainha Sofia em 1962.
O monarca se tornou chefe de Estado em 1975, após a morte do ditador Francisco Franco, e reinou durante 39 anos.
Em junho de 2014, abdicou em favor de seu filho Felipe VI, 46, com a esperança de melhorar a imagem da monarquia, muito deteriorada por uma série de escândalos. O maior de todos eles é a acusação de fraude contra sua filha Cristina, de 49 anos, envolvida num escândalo de corrupção protagonizado por seu marido, Iñaki Urdangarin.
Juan Carlos também foi alvo de críticas em 2012, após viajar para Botsuana para caçar elefantes, enquanto o país estava afundado numa profunda crise econômica. O rei foi a público pedir desculpas pelo ocorrido.
O palácio da Zarzuela se negou neste sábado a fazer qualquer comentário sobre o recurso apresentado pelo rei, por se tratar de um assunto privado.

Os desafios de Salman

Saudita chegou ao trono em uma época de desafios sem precedentes, marcada pelo caos regional e um desperdício consentido do petróleo. Nos primeiros dias de seu reinado, Salman, um homem de 79 anos, doente e de perfil tradicionalista, usou sua recente autoridade com destituições e nomeações fulminantes em setores vitais – como a segurança, a inteligência, a justiça e a economia – às quais o tempo dará o significado exato.
Em um Oriente Médio vulcânico, a ordenada substituição do poder saudita é mais crucial do que nunca. O principal produtor mundial de petróleo não só abriga os dois lugares mais sagrados do Islã, como considera-se farol dos muçulmanos sunitas e única barreira à crescente influência do Irã xiita, envolvido na busca da arma atômica. A luta pela hegemonia entre Riad e Teerã alimenta as guerras civis do Iraque e da Síria e a decomposição de outros países da região, do Iêmen à Líbia.
Neste contexto, a sucessão ordenada do falecido Abdullah por seu meio-irmão Salman é somente um degrau em uma série de desafios formidáveis. Os perigos que espreitam a estabilidade saudita e sua monarquia gerontocrática não vêm somente de um exterior progressivamente caótico, onde o Iêmen, o vizinho do sul, representa o último exemplo de um aliado que desmorona enquanto a Al Qaeda ganha terreno sem ser impedida. O rei Salman enfrenta simultaneamente uma situação interna complexa e inquietante, na qual as rivalidades entre membros da opaca dinastia representam somente um capítulo.
A Arábia Saudita é uma monarquia feudal com desprezo absoluto pelos direitos humanos (onde supostas adúlteras são decapitadas ou um blogueiro é flagelado publicamente) e uma insuperável intolerância religiosa. Uma realidade que coloca agudamente em destaque a maneira como as potências democráticas utilizam de dois pesos e duas medidas nas conversas com Riad. A ambivalência saudita consiste em permitir que seus bombardeiros ataquem o Estado Islâmico junto com os EUA e ao mesmo tempo gastar fortunas para exportar uma visão fanática do Islã, que constitui uma das bases doutrinais do jihadismo. Esse fundamentalismo que envenena o mundo exterior torna-se tóxico também para o futuro de uma dinastia que deve evoluir se quer manter o controle de uma sociedade onde os jovens são maioria, as mulheres começam a ter voz e a Internet ganha espaço.
Se a Arábia Saudita quer manter-se como foco de estabilidade em uma região convulsionada é preciso que comece a aceitar um vislumbre de pluralismo em política e religião. Como é preciso que mude o caráter, agora marcadamente servil, das relações das potências democráticas com Riad, que com os EUA à frente garantem a segurança da monarquia árabe em troca de petróleo. Pelo benefício dos dois mundos, essa aliança próxima deve condicionar-se ao reformismo de um reino anacronicamente ultrapassado.

Rainha Elizabeth teme que Grã-Bretanha se choque com monarquia do rei Charles, diz livro

 

  A rainha Elizabeth teme que a Grã-Bretanha fique chocada com o estilo diferente de monarquia que o príncipe Charles está planejando, de acordo com uma nova biografia de seu herdeiro.
“Charles: O Coração de Um Rei” afirma que a paixão do príncipe de 66 anos por causas às vezes incomuns despertou inquietação no Palácio de Buckingham, onde Elizabeth, de 88 anos, deve superar a rainha Victoria em setembro como monarca britânica há mais tempo no trono.
Quando finalmente chegar a sua vez de assumir a coroa, Charles planeja um novo modelo de realeza que criaria uma monarquia menor e abriria as residências reais ao público, segundo a biografia.
“Nos corredores, nos recessos e nos apartamentos particulares do Palácio de Buckingham existe uma ansiedade crescente à medida que o reinado da rainha chega ao que uma fonte interna chama de ‘seu crepúsculo inevitável’”, afirma Catherine Mayer, a autora do livro, que está sendo publicado aos poucos no jornal Times.
“Ao definir seu papel como primeiro na linha sucessória, o príncipe sinalizou uma redefinição da monarquia. Alguns cortesãos – e a própria soberana – temem que nem a Coroa nem seus súditos irão tolerar o choque da novidade”.
O pai de Charles, o Duque de Edimburgo, está entre seus críticos mais severos, diz o livro, e acredita que o príncipe tem um “comportamento egoísta” ao colocar suas “paixões cerebrais” à frente de seus deveres na realeza.
O próprio Charles é citado pela autora como tendo dito: “Só assumo os desafios mais difíceis... quero despertar aspirações e recriar a esperança na desesperança e a saúde na privação.”
A porta-voz de Buckingham se recusou a comentar o livro, mas a porta-voz do príncipe de Gales emitiu um comunicado detalhado, afirmando que Mayer não teve acesso exclusivo ao príncipe e enfatizando que seu livro não é uma biografia oficial.

Tailândia prende estudantes por insulto à monarquia em peça de teatro

 
 
A Tailândia condenou dois estudantes a dois anos e meio de prisão nesta segunda-feira por insultarem a monarquia em uma peça de teatro universitária, num caso que levou dezenas de activistas a protestarem diante do tribunal, desafiando uma proibição a manifestações.
O país está sob lei marcial desde o golpe de Estado de maio passado. As sentenças vieram à tona em meio a temores sobre a saúde do rei Bhumibol Adulyadej, de 87 anos e atualmente doente, e ao tema da sucessão real. A lei de lesa-majestade de Tailândia é a mais rígida do mundo e considera um crime difamar, insultar e ameaçar o rei, rainha ou herdeiro do trono ou regente.
A junta intensificou uma campanha contra o que se consideram insultos à monarquia desde que assumiu o poder. Patiwat Saraiyaem, de 23 anos, e Porntip Mankong, de 26, foram condenados pela acusação de lesa-majestade, que implica em uma pena de no máximo 15 anos de encarceramento.
“Os dois suspeitos violaram a lei 112 e recebem uma sentença de cinco anos de prisão... reduzidas à metade”, afirmou um juiz, referindo-se à seção do código penal local. A pena foi reduzida porque ambos confessaram, disse ele. Patiwat compareceu ao tribunal com algemas nos pés.
A edupla foi presa em agosto em função de uma peça satírica que encenaram mais de um ano antes na Universidade Thammasat de Bancoc. A peça, intitulada ‘A Noiva do Lobo’, marcou o 40º aniversário da repressão militar de outubro de 1973 contra uma manifestação estudantil pró-democracia na universidade, mostrando um rei e um reinado fictícios.
Na Tailândia, queixas de lesa-majestade podem ser apresentadas por qualquer um contra qualquer um e sempre são investigadas pela polícia.