O exército da Tailândia deu nesta quinta-feira um golpe
de Estado, dois dias após declarar lei marcial sob o pretexto de
solucionar a crise política no país após mais de oito meses de protestos
antigovernamentais.
"Em nome da lei e a ordem, assumimos os poderes. Por
favor, permaneçam calmos e continuem com seus afazeres diários", disse o
chefe do Exército tailandês, Prayuth Chan-Ocha, em um anúncio
transmitido pela televisão pouco antes das 17h locais (7h de Brasília).
Prayuth vai liderar o conselho militar que agora governa
o país. O porta-voz do exército disse em um comunicado divulgado na TV,
que a Constituição está suspensa, mas que o Senado e todos os tribunais
continuariam com suas atividades normais.
"A Constituição de 2007 está suspensa, com exceção do
capítulo sobre a monarquia, mas o Senado continua funcionando, enquanto o
governo estiver suspenso", acrescentou.
O general Prayuth declarou que vai restaurar a ordem no
país e pressionar por reformas no sistema político e disse que a tomada
do governo não afetaria as relações internacionais.
O anúncio do golpe ocorreu após alguns líderes políticos
do país - entre eles, o ministro da Justiça tailandês - terem sido
levados pelo Exército enquanto participavam de uma reunião para discutir
a crise no país.
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O
toque de recolher, que entra em vigor na noite de hoje, será aplicado a
partir das 22h locais (meio-dia de Brasília) até as 5h da madrugada
(19h de Brasília).
Assembleias públicas foram proibidas e a censura aos
meios de comunicação ampliada. De acordo com o porta-voz, está proibida
toda reunião pública de mais de cinco pessoas. Além disso, as
transmissões de emissoras internacioanais, como BBC e CNN foram suspensas.
Exército enviará tropas para tirar manifestantes das ruas
O Exército ordenou que os acampamentos de manifestantes fossem desfeitos, e soldados atiraram para o ar para dispersar ativistas pró-governo unidos nos arredores de Bangcoc, disse um porta-voz do grupo.
O Exército ordenou que os acampamentos de manifestantes fossem desfeitos, e soldados atiraram para o ar para dispersar ativistas pró-governo unidos nos arredores de Bangcoc, disse um porta-voz do grupo.
"Nós vamos enviar tropas e veículos para ajudar os
manifestantes a deixar todos os locais de protesto", disse à Reuters o
general Teerachai Nakwanit, primeiro comandante regional do Exército.
Os manifestantes antigoverno exigem uma reforma do
sistema político, que consideram corrupto, e propõem a criação de um
conselho não eleito para que realize as mudanças antes de fazer novas
eleições.
A Tailândia está imersa em uma grande luta pelo poder
entre apoiadores do ex-premiê deposto Thaksin Shinawatra e seus
oponentes, compostos por partidários da monarquia nacional. O conflito
polarizou o país e afeta a economia nacional.
O Exército tailandês tem uma longa história de
intervenção na política - já houve 18 golpes bem-sucedidos ou tentados
desde que o país se tornou uma monarquia constitucional em 1932, e mais
recentemente quando Thaksin foi deposto em 2006.
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