Um tribunal da província de Al Qatif, na Arábia Saudita,
condenou um homem a dez dias de prisão e trinta vergastadas por ter
dado uma bofetada à esposa. Um veredicto inédito, num país onde os
direitos das mulheres são particularmente limitados.
Segundo o diário Al Watan, o tribunal ordenou também ao condenado que se
inscreva num curso de “formação sobre vida conjugal”. Caso pretenda, a
esposa poderá estar presente no momento em que o marido receber as
vergastadas.
Apoiada por um certificado médico, a mulher de 35 anos apresentou
uma queixa contra o marido, de 30 anos, depois de ter sido esbofeteada
durante uma discussão conjugal, o que foi considerado pelo tribunal como
uma violação da “sharia” (a lei islâmica). Durante o julgamento, o réu
reconheceu a agressão, justificada por um alegado tratamento incorreto
dos filhos do casal por parte da esposa.
A Arábia Saudita é um dos países mais conservadores do mundo
muçulmano, regido por uma versão particularmente rigorosa do Islão. No
reino saudita, as mulheres são discriminadas na legislação e na vida
quotidiana, não sendo suficientemente protegidas contra a violência,
incluindo familiar, denuncia a Amnistia Internacional no mais último
relatório anual. A Fundação Rei Khaled, uma organização social, lançou
nas últimas semanas uma campanha mediática para denunciar a violência
contra as mulheres na monarquia conservadora.
O chefe do governo de Andorra, Antoni Marti, disse
sexta-feira a François Hollande, co-príncipe do principado, que quer
avançar com um imposto sobre o rendimento. A proposta será apresentada
ao Parlamento antes de 30 de Junho, anunciou o Palácio do Eliseu em
comunicado.
"Esta lei incluiu-se no
conjunto de decisões já tomado pelo principado para fazer com que,
gradualmente, os impostos ali cobrados se alinhem com as normas
internacionais", disse a presidência francesa após uma reunião no Eliseu
entre Hollande, Marti e o ministro dos Negócios Estrangeiros de
Andorra, Gilbert Saboya Sunye.
François Hollande "registou com
satisfação a intenção do governo (de Andorra) de se envolver rapidamente
num debate com a União Europeia com o objectivo de rever o acordo sobre
a tributação das poupanças e de admitir, num prazo razoável, a
perspectiva de troca automática de informações com os membros da União
Europeia ", disse o Eliseu.
"O co-príncipe pediu ao chefe do
governo de Andorra para prosseguir as reformas para modernizar a
economia andorrense e permitir que o país encontre, num contexto
europeu, o caminho do crescimento", disse o Presidente francês.
"Nas próximas semanas", serão assinados acordos entre França e Andorra sobre educação, cooperação policial e segurança civil.
O
regime político de Andorra é muito particular: Andorra é um
co-principado em que o poder legislativo é exercido pelo Conselho Geral
dos Vales, composto por 28 deputados eleitos, que elegem o chefe de
Governo.
Os Chefes de Estado, ou co-príncipes, são o presidente
francês e o bispo de Urgel, da Catalunha, o que faz de Andorra o único
Estado no mundo em que a forma de governo é uma diarquia – dois chefes.
Além disso, é a única monarquia constitucional em que o chefe de Estado,
neste caso o co-príncipe francês, é eleito por cidadãos estrangeiros.
Em 2 de junho de 1953, a princesa Elizabeth foi coroada rainha do Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. A cerimônia, acompanhada em
todo o mundo ao vivo, foi o maior acontecimento da mídia em sua época.
Elizabeth coroada na abadia de Westminster
Centenas de milhares de pessoas em todo o mundo acompanharam uma
coroação ao vivo pelo rádio e pela televisão, pela primeira vez na
história da monarquia britânica.
A princesa Elizabeth Alexandra Mary tinha assumido o trono do Reino
Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte aos 26 anos. A notícia da
morte de seu pai, o rei George 6º, que estava gravemente doente, chegara
à jovem princesa no dia 6 de fevereiro de 1952, enquanto ela fazia uma
visita ao Quênia.
A coroação em 1953 significava uma enorme responsabilidade para
Elizabeth, que cinco anos antes já havia se colocado a serviço da
monarquia. Durante sua primeira visita oficial à África do Sul, aos 21
anos, fez a promessa que delineou sua vida: "Diante de todos vocês,
declaro que toda minha vida, seja curta ou longa, estará a serviço de
todos os membros da família do império a que todos pertencemos."
Sua experiência administrativa, no entanto, já começara quando contava
18 anos. Pouco depois de retornar a Londres da viagem à África,
aconteceu o anúncio oficial de seu noivado com o então tenente Philip
Mountbatten. A pomposa cerimônia de casamento foi realizada em 20 de
novembro de 1947, na Abadia de Westminster.
Concessões da monarquia para sobreviver
Muita coisa mudou desde a entronização de Elizabeth 2ª. O império ao
qual ela jurou subserviência já nem existe mais. Vez por outra,
levantam-se as vozes que exigem o fim da monarquia, por questionarem seu
significado político. Em meados da década de 90, ainda na oposição, o
Labour, Partido Trabalhista, chegou a sugerir a abolição da autoridade
da coroa para dissolver a Câmara dos Lordes.
Até agora, entretanto, a monarquia na Grã-Bretanha tem
conseguido sobreviver, mesmo que cada vez tenha que fazer concessões ao
avanço republicano. Por exemplo, o fato de a rainha também ter de pagar
impostos, como qualquer cidadão.
Elizabeth 2ª é descrita como modesta. Para a opinião pública, raramente
deixa transparecer seus sentimentos. Uma das poucas exceções foi em
1992, ano do incêndio em Windsor e dos dois divórcios reais, quando se
separaram o príncipe Charles e Diana e o príncipe Andrew e Sara
Ferguson. A rainha admitiu serem datas que prefere não lembrar.
Após mais de meio século no trono, não há expectativas para quem e
quando ela vai entregar o cetro. Especula-se que a coroa seja
transmitida diretamente ao príncipe William, filho mais velho de
Charles. Até lá, o hino da Grã-Bretanha ainda continuará sendo "Deus
Salve a Rainha!".
Uma mulher foi presa na Malásia por supostamente insultar o rei do país em uma página da rede social Facebook. Segundo o site The Star News, ela foi descoberta por um espião utilizado pelo governo para rastrear ofensas do tipo.
A Comissão Malaia de Comunicação declarou, em nota, que
possui poder para investigar o caso e manter a mulher detida sob
suspeita de "insubordinação".
O nome da acusada não foi confirmada oficialmente, mas blogs do país a identificam como Melissa Gooi.
Yang di-Pertuan Agong reina a Malásia desde 2011 e as
leis locais são extremamente rígidas contra críticas a membros da
monarquia.
Numa decisão inédita, a Bélgica decidiu reduzir o
orçamento destinado à família real daquele país, em especial a verba
prevista para a rainha Fabíola, e obrigar todos os elementos a pagar
impostos sobre o dinheiro público que recebem. A decisão, explica o El Mundo, surgiu depois de um acordo feito entre os oito partidos belgas que estão neste momento a negociar a reforma do Estado.
Em comunicado, o
primeiro-ministro belga, Elio Di Rupo, adianta que o número de
familiares do rei que têm direito a receber dotações vai ser reduzido.
No futuro apenas o herdeiro do trono, o cônjuge vivo do monarca e do
herdeiro e os reis que abdiquem da coroa antes de morrer, e respectivos
cônjuges, terão direito a uma subvenção. Por agora, os príncipes Astrid e
Laurent, os irmãos mais novos do actual príncipe herdeiro, vão ter
direito a um período de transição durante o qual ainda vão receber uma
verba.
O acordo relacionado com a reforma do Estado e alcançado na
quarta-feira passa também por obrigar os membros da família real a
pagarem um imposto sobre parte dos rendimentos, de acordo com a mesma
tabela que está em vigor para os restantes cidadãos – o que resultará
numa redução substancial do valor líquido que recebem. Esta é a primeira
vez que uma medida deste género é adoptada desde a independência do
país, em 1830.
O novo sistema, diz ainda o El Mundo, vai
dividir o dinheiro recebido pela família real em duas partes. Uma delas,
a que será tributada, está directamente relacionada com a função que
desempenham e é calculada com base no que recebem os funcionários com
cargos públicos mais elevados ou os magistrados. A outra parte
integra-se no âmbito das despesas com funcionários e manutenção e será
controlada pelo Tribunal de Contas. Rei de fora dos cortes Os
cortes não deverão contudo atingir o rei Alberto II, segundo diz a AFP.
O monarca, que faz 79 anos nesta quinta-feira, tem actualmente direito a
uma isenção anual de impostos na ordem dos 11,5 milhões de euros e a
Constituição do país não permite que sejam feitas mudanças durante um
reinado em vigência.
Assim, a redução deverá afectar
sobretudo os filhos do rei e a rainha Fabíola, viúva do rei Balduíno,
que morreu em 1993. Até agora o príncipe herdeiro, Filipe, de 53 anos,
recebia mais de 900 mil euros anuais isentos de impostos e que não eram
alvo de nenhum tipo de controlo. De futuro, a verba anual passa a ser de
180 mil euros brutos que serão taxados de acordo com as tabelas em
vigor na Bélgica. As verbas para funcionários e manutenção também vão
merecer um controlo mais apertado.
A filha do rei Alberto, a
princesa Astrid, recebe 320 mil euros e passará para 90 mil ainda antes
dos impostos no modelo transitório criado. O seu irmão mais novo,
príncipe Laurent, tinha 307 mil euros e fica com o mesmo que a irmã. A
rainha Fabíola, segundo as contas do diário belga Le Soir, que
recebia uma pensão anual de 1,4 milhões de euros vai passar a receber
pouco mais de 450 mil euros. De futuro, o cônjuge sobrevivente de um
monarca só poderá receber dois terços do valor que o herdeiro recebe. Ao
fim de dez anos o valor cai para metade.
Foi em 2009 que a
Bélgica tentou começar a reformar as regalias da monarquia do país,
sobretudo depois das críticas ao comportamento extravagante do príncipe
Laurent. O Parlamento do país, perante o agravamento da crise económica,
deu novo impulso à reforma e acabou por chegar a um acordo. Uma
alteração que também foi impulsionada pela nova polémica de Janeiro
relacionada com a fundação privada “Fons Pereos” através da qual a
rainha Fabíola conseguia evitar que alguns dos seus herdeiros pagassem
um imposto sucessório.
Deixe de lado por um momento a imagem que os turistas em
geral têm da Tailândia, de um país relaxante e permissivo. Para os
estudantes tailandeses, a impressão é bem diferente. Com uma filosofia
enraizada na antiga ditadura militar, nas escolas locais prevalece a
disciplina e deferência.
Em uma escola pública no subúrbio industrial de
Bangcoc, professores empunham varas de bambu e repreendem os alunos que
estejam com cabelos compridos – eles ordenam que sejam cortados lá
mesmo. Os estudantes passam por inspeções para encontrar unhas sujas,
meias coloridas ou qualquer outra violação do código de vestimenta da
escola. “No ensino fundamental, os estudantes têm todos a mesma
aparência”, diz o vice-diretor Arun Wanpen.
Antes de iniciar as aulas, um mar de alunos
uniformizados, todos com cabelos pretos e curtos (não é permitido que
pintem os cabelos), cantam o hino nacional, recitam uma prece budista e
repetem um juramento de sacrificar suas vidas pela nação, amar o rei e
“não causar problemas”.
Mas com o legado do regime militar se apagando,
alguns estudantes começam a desafiar – com algum sucesso – um sistema
que enfatiza a obediência sem questionamento. E eles encontraram um
aliado de peso dentro de um governo que procura reduzir o papel dos
militares na vida civil. O próprio ministro da educação defende mudanças
radicais no sistema de ensino e criou um comitê de revisão curricular.
No ano passado, o estudante Nethiwit
Chotpatpaisan, também conhecido como Frank, criou uma campanha no
Facebook pedindo a abolição do sistema “mecanicista” de educação. Seu
grupo, chamado de Aliança Tailandesa pela Revolução Educacional, ganhou
notoriedade nacional em janeiro, quando Frank falou a um importante
programa de TV.
Frank descreve os professores como “ditadores” que
ordenam que os estudantes se curvem a eles e nunca os contradigam. “A
escola é como uma fábrica de pessoas idênticas”, criticou
Nawaminthrachinuthit Triam Pattanakarn, aluno da escola onde Arun é
vice-diretor.
O ministro da educação, Phongthep Thepkanjana, que
estudou Direito nos Estados Unidos, prometeu deixar que os estudantes
tenham cabelos compridos e propôs mudanças no sistema de ensino para
reduzir a ênfase na memorização e promover o pensamento crítico. “Não
queremos que os estudantes sejam protótipos que sigam ordens, não
queremos que eles fotocopiem conhecimento em seus cérebros. Queremos que
sejam indivíduos com raciocínio”, afirmou.
Phongthep propõe menos lição de casa e menos horas na
escola, além de um currículo que se foque no essencial de língua,
matemática e ciências. Na era da Wikipedia, ele diz, não faz sentido
ficar decorando nomes e tamanho de rios obscuros na África, como se pede
atualmente aos alunos.
O ministro defende que seria bom para a democracia do
país, que já sofreu inúmeros tropeços em sua jornada de oito décadas
desde o fim da monarquia absoluta, que os estudantes fossem encorajados a
formar opinião e debater. “Se os alunos não podem dizer suas opiniões
em sala de aula, como vão exercitar a liberdade de expressão na
sociedade?”, questiona.
No início deste ano, Phongthep anunciou um
relaxamento da norma sobre o cabelo, algo que carrega grande simbolismo,
pois ela foi constituída pelo governo militar em 1972. Hoje as meninas
devem ter os cabelos cortados logo abaixo da orelha, e os meninos devem
usá-los raspados nas laterais, como cadetes. A nova regra ainda espera
aprovação do gabinete do governo.
O modelo atual, no entanto, tem seus defensores. Estudar
muito e por longas horas costuma ser considerado um dos principais
ingredientes do milagre econômico do leste asiático. É esse modelo que a
Tailândia, que tenta entrar no clube das nações mais ricas da região,
tentava imitar.
A principal resistência às mudanças vem dos servidores
civis, para quem revisar o currículo seria uma tarefa colossal. No caso
do código de vestimenta, administradores escolares já dão sinais de que
podem recusar alterações que considerem muito lenientes. “Se o governo
lançar novas políticas, vamos analisá-las e decidir quais são
apropriadas para nós”, afirmou.
Mas o ministro da educação diz que os estudantes estão
sufocados pelo sistema, e as escolas têm muito a melhorar. Nos exames
nacionais, os resultados vêm piorando; no cenário global, o país ficou
em 52º lugar em matemática no Programa de Avaliação Internacional dos Estudantes (Pisa) de 2009
– na edição, eram 65 países participantes. Alunos de Shangai e Cingapura ficaram em primeiro e segundo lugar, respectivamente.
Dom Duarte Pio de Bragança é um pretendente ao trono de
Portugal, e detentor actual do título de Duque de Bragança,
reivindicando direitos dinásticos de ser o Príncipe Real de Portugal e o
Rei de Portugal. Portugal vive numa República desde o dia 5 de Outubro
de 1910. Uma monarquia constitucional é um sistema político que reconhece um monarca eleito ou hereditário como chefe do Estado.
A chefia de Estado é exercida por um monarca que tem o poder
moderador. A chefia do governo por um primeiro-ministro, a ele cabendo o
verdadeiro encargo do Poder Executivo e a direção das políticas interna
e externa do país, além da administração civil e militar, de acordo com
as leis e a Constituição. Joaquim Jorge salienta que num momento
da vida política em que o Presidente da República, Cavaco Silva, tem
tido uma actuação decepcionante, muitas vezes criticado pela sua
inacção, a maioria dos portugueses não se revêem neste PR e para além da
demissão do governo muitos gostariam que Cavaco Silva fosse embora. Continua
afirmando que actualmente há uma crise institucional, económica e
social. A maioria dos portugueses são republicanos, mas muitos
portugueses veriam com bons olhos o regresso à Monarquia.
O debate tem por finalidade verificar as
virtudes de uma Monarquia em relação a uma República. Porquê uma
Monarquia em vez de uma República? Porquê um Rei, em vez de um
Presidente? A nossa democracia estaria melhor, pior ou como a temos
actualmente?