O Papa vincou hoje que os bispos norte-americanos têm um longo
caminho pela frente para deter as discordâncias existentes no ensino
universitário da Teologia e lembrou que os seus professores precisam de
autorização hierárquica para exercerem a docência.
“Há muito por fazer” para respeitar a legislação da Igreja onde se
determina que quem ensina disciplinas teológicas em institutos de
estudos superiores precisa de “mandato da autoridade eclesiástica
competente”, disse Bento XVI a um grupo de prelados dos EUA que se
deslocaram ao Vaticano para apresentarem os relatórios das suas
dioceses, segundo discurso publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
A importância da lei em causa, o cânone 812 do Direito Canónico,
“como expressão tangível da comunhão e solidariedade eclesial no
apostolado educacional da Igreja torna-se claramente evidente quando
consideramos a confusão criada por instância de aparente dissidência
entre alguns representantes de instituições católicas e a liderança
pastoral da Igreja”, afirmou.
Este desacordo, prosseguiu o Papa, “prejudica o testemunho da Igreja
e, como a experiência tem mostrado, pode facilmente ser explorado para
comprometer a sua autoridade e a sua liberdade”.
Bento XVI considera que “o mais urgente desafio interno” dos
católicos dos Estados Unidos da América consiste em proporcionar uma
“sólida educação na fé” aos alunos.
A intervenção do Papa realçou a necessidade “de harmonizar o rigor
intelectual” na transmissão da fé da Igreja aos jovens com a formação do
“amor de Deus, a prática da moral cristã e da vida sacramental e, não
menos importante, o cultivo da oração pessoal e litúrgica”.
“Demasiadas vezes, parece, as escolas e colégios católicos não
conseguiram desafiar os estudantes a reapropriarem-se da sua fé enquanto
parte das estimulantes descobertas intelectuais que marcam a
experiência do ensino superior”, sustentou.
A perceção de Bento XVI é sustentada pelo facto de “muitos” novos
alunos se encontrarem “dissociados dos sistemas de apoio da família,
escola e comunidade que antes facilitavam a transmissão da fé”, fenómeno
que deve incentivar as instituições católicas a “criar novas e efetivas
redes de suporte”.
“Em todos os aspetos da sua educação os estudantes têm de ser
encorajados a articular a visão da harmonia da fé e razão capaz de os
conduzir ao longo da vida na procura do conhecimento e da virtude”,
objetivo que só se pode cumprir com o “papel essencial” dos professores,
através do seu “testemunho de sólida devoção” e compromisso com a
“sabedoria cristã”.
As escolas católicas constituem “um recurso fundamental para a nova
evangelização e a significativa contribuição que fazem à sociedade
americana como um todo devia ser melhor apreciada e mais generosamente
suportada”, disse Bento XVI.
RJM
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário