A China acusou nesta segunda-feira o dalai-lama de se aliar a
japoneses de extrema direita na disputa territorial por um arquipélago
no Oceano Pacífico como forma de atacar o país. Além disso, o líder
religioso é acusado pelos chineses de glorificar a onda de autoimolação
entre os tibetanos.
Segundo a mídia chinesa, na semana
passada, o dalai-lama teria usado o nome japonês do conjunto de ilhas
reivindicado por Pequim e Tóquio, o que, segundo o porta-voz do
Ministério das Relações Exteriores da China, Hong Lei, mostra sua
"natureza reacionária" e sua determinação de dividir a China sob o
disfarce da religião.
"Para conquistar seu objetivo
separatista, ele se associou às forças japonesas de extrema direita. O
povo chinês o despreza pelo que fez. Nós somos firmemente contra
qualquer país que ofereça um palanque para ele", disse Hong.
No
entanto, a Associated Press revisou a gravação que teria os comentários
e verificou que ele disse apenas "as ilhas", sem mencionar seu nome.
Nesta segunda-feira, o dalai-lama criticou os meios de comunicação da
China por sugerirem que ele teria se unido aos japoneses.
As
tensões aumentaram na disputa pelas ilhas, conhecidas como Senkaku em
japonês e Diaoyu para os chineses, desde que o governo do Japão
nacionalizou algumas delas em setembro sob a estratégia de evitar a
compra delas pelo prefeito de Tóquio. Violentos protestos antijaponeses
estouraram em várias cidades chineses e Pequim enviou navios para
conduzir patrulhas próximas da região.
Hong também criticou
o dalai-lama hoje por supostas acusações de que o governo chinês teria
falhado em investigar as causas do desespero e da falta de esperança
entre os tibetanos, o que, para muitos, os incita a tirarem suas vidas
em forma de protesto.
Há muito tempo, a China acusa o
dalai-lama e seus seguidores de inspirarem tais atos, apesar da
condenação pública do líder espiritual a todas as formas de violência.
"O
dalai não só deixou de condená-los como também glorificou essas ações,
que são contra a lei nacional e os princípios religiosos", disse Hong.
O
dalai-lama fugiu para a Índia após uma revolta fracassada contra o
domínio chinês sobre o Tibete em 1959. Ele nega buscar a independência
da região, alegando desejar apenas que os tibetanos desfrutem de
autonomia real e proteção para sua cultura budista tradicional.
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