domingo, 1 de abril de 2012

OPOSIÇÃO DO BAHREIN COBRA NOVAS POSIÇÕES DE SUA MONARQUIA

Setores opositores do Barein acusaram hoje à monarquia Al-Khalifa de flagrantes violações dos direitos humanos, que provocaram recentemente a morte de dois ativistas, e fixaram condições para retomar o diálogo nacional.

A tensão prevalecia nesta ilha do Golfo Pérsico, onde críticos com o gerenciamento do governo afim ao rei Hamad bin Isa Al Khalifa questionam um relatório que documentará alegados progressos a respeito das garantias individuais da maioritária população xiita.

Uma denominada Comissão Nacional tem previsto entregar nesta terça-feira ao monarca, membro de uma família que representa à minoria sunita, um reporte de resposta a recomendações feitas em novembro passado pela Comissão Independente de Investigação do Barein (BICI).

A instância referiu as torturas, violações, detenções arbitrárias e outros abusos cometidos por forças governamentais bareinitas durante as revoltas xiitas de fevereiro e março de 2011, nas que morreram ao menos 35 ativistas e milhares resultaram feridos.

Enquanto o rei Hamad afirma ter posto em marcha "sérias reformas" desde novembro e o relatório aponta que se cumpriu quase 90 por cento das recomendações da BICI, grupos xiitas encabeçados pelo movimento Al-Wefaq denunciaram falta de vontade.

A oposição denunciou que um homem de 27 anos pereceu na aldeia de Shahrakkan, do norte de Manama, ao inalar gás lacrimogêneo lançado por soldados, um dia após ter-se achado, na zona de Muqsha, o cadáver de outro ativista de 41 anos, falecido por idêntica causa.

Além disso, responsabilizou ao rei Hamad por essas mortes violentas causadas deliberadamente por forças de segurança às que apoiam a Arábia Saudita e as outras quatro monarquias do Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico, muito críticas à situação na Síria.

Para El-Wefaq e o Waad, as reformas aludidas pelo Governo têm sido "basicamente aspirações" e a citada comissão está manipulada pelas autoridades, que mal têm implementado 10 por cento das sugestões formuladas pela BICI.

Nesse sentido, assinalou que a única via para solucionar a atual crise é reativar o diálogo nacional "sério e amplo", e não como propôs Al-Khalifa no verão de 2011, que provocou a retirada de El-Wefaq e outras forças porque não incluía "todos os temas".

Os antigovernamentais demandam incluir temas como o desemprego, segurança, direitos civis, humanos, reformas democráticas e políticas, e recordaram que desde que desde novembro morreram no Bahrein ao menos 21 opositores pela repressão policial.

Forças pró-oficialistas como o Agrupamento de Unidade Nacional e o movimento Al-Fateh assinalaram que é impensável dialogar "enquanto a violência nas ruas não cessar", enquanto o Movimento Juventude 14 de Março fixou como condição a libertação dos presos políticos.

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