sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Ameaças à liberdade de expressão preocupam Anistia Internacional

 

 
A secção do Luxemburgo da Amnistia Internacional (AI) está preocupada com as medidas adoptadas pelos Governos europeus para lutar contra o terrorismo, na sequência dos ataques ao semanário satírico “Charlie Hebdo”, considerando que podem constituir “ameaças à liberdade de expressão”.
O alerta foi feito na terça-feira pelo luso-descendente David Pereira, presidente da secção luxemburguesa da organização internacional.
“A Amnistia está muito preocupada com as medidas que os Governos estão a adoptar para lutar contra actos terroristas, e que ameaçam a liberdade de expressão”, disse David Pereira ao CONTACTO, à margem da apresentação do relatório anual da organização.
Salientando que o Luxemburgo “ainda não aprovou leis neste sentido”, o presidente da Amnistia Internacional no Grão-Ducado declarou-se no entanto preocupado com o reforço dos Serviços de Informação do Luxemburgo (SREL), anunciado pelo ministro Étienne Schneider na semana passada (ver artigo nesta página).
Para a organização internacional de defesa dos direitos humanos, estão em causa o direito à privacidade e a liberdade de expressão.
“Tememos que as pessoas em geral sejam sujeitas a vigilância, de forma muito intrusiva, o que não contribuirá para combater o terrorismo, como as revelações de Snowden sobre a NSA demonstraram. Pelo contrário, todas as pessoas podem passar a ser consideradas suspeitas”, disse David Pereira ao CONTACTO.
O luso-descendente, de 37 anos, assumiu a presidência da organização no Luxemburgo há um ano, em Março de 2014.

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