Declarações da Santa Sé ocorrem um dia depois de pontífice pedir que se evite a 'mexicanização' na Argentina
Cidade do Vaticano - A Santa Sé afirmou nesta
terça-feira que as palavras do papa Francisco sobre o risco de
"mexicanização" da Argentina não tinham a intenção de estigmatizar os
mexicanos e reconheceu o esforço do governo do país na luta contra o
narcotráfico. "A Santa Sé considera que de nenhuma maneira o termo
'mexicanização' teria uma intenção estigmatizante para o povo do México
e, menos ainda, poderia considerar uma opinião política em detrimento de
uma nação que vem realizando um esforço sério por erradicar a violência
e as causas sociais que a originam", diz a carta.
A Embaixada do México confirmou à
imprensa, através de nota, o recebimento do texto enviado pelo porta-voz
do Vaticano, Federico Lombardi, ao embaixador do mexicano perante a
Santa Sé, Mariano Palacios Alcocer. Na carta, segundo o órgão
representativo, a Santa Sé ressaltou o bom momento das relações com o
México, e afirmou que Francisco não pretendia ferir os sentimentos dos
mexicanos nem os esforços do governo.
O Vaticano reconheceu os programas
realizados pelo governo do México para a "preservação da paz e a
tranquilidade social". "A Santa Sé considera que a gravidade do fenômeno
do narcotráfico na América Latina obrigou os governos, como é o caso do
México, a estabelecerem programas para combater a violência, devolver a
paz e a tranquilidade às famílias", dizia o texto enviado a imprensa.
Estas declarações da Santa Sé
ocorrem um dia depois de o papa Francisco mostrar sua preocupação com
avanço do tráfico de drogas na Argentina em carta dirigida ao deputado
argentino Gustavo Vera, na qual pediu "evitar a mexicanização" do país.
"Tomara que tenhamos tempo de evitar a mexicanização. Estive falando com
alguns bispos mexicanos e a coisa é de terror", afirmou o pontífice na
carta, publicada no site da ONG La Alameda, presidida por Vera. A carta
foi uma resposta a uma mensagem anterior de Vera no qual ele advertiu
sobre o grande crescimento do tráfico na Argentina e informava ao
pontífice sobre as próximas denúncias que fazer através da ONG, que luta
contra o tráfico humano e o trabalho escravo.
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