sábado, 28 de fevereiro de 2015

Vaticano diz que papa Francisco não quis ferir México com suas palavras

 

Declarações da Santa Sé ocorrem um dia depois de pontífice pedir que se evite a 'mexicanização' na Argentina

 
Cidade do Vaticano - A Santa Sé afirmou nesta terça-feira que as palavras do papa Francisco sobre o risco de "mexicanização" da Argentina não tinham a intenção de estigmatizar os mexicanos e reconheceu o esforço do governo do país na luta contra o narcotráfico. "A Santa Sé considera que de nenhuma maneira o termo 'mexicanização' teria uma intenção estigmatizante para o povo do México e, menos ainda, poderia considerar uma opinião política em detrimento de uma nação que vem realizando um esforço sério por erradicar a violência e as causas sociais que a originam", diz a carta.
A Embaixada do México confirmou à imprensa, através de nota, o recebimento do texto enviado pelo porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, ao embaixador do mexicano perante a Santa Sé, Mariano Palacios Alcocer. Na carta, segundo o órgão representativo, a Santa Sé ressaltou o bom momento das relações com o México, e afirmou que Francisco não pretendia ferir os sentimentos dos mexicanos nem os esforços do governo.
 
O Vaticano reconheceu os programas realizados pelo governo do México para a "preservação da paz e a tranquilidade social". "A Santa Sé considera que a gravidade do fenômeno do narcotráfico na América Latina obrigou os governos, como é o caso do México, a estabelecerem programas para combater a violência, devolver a paz e a tranquilidade às famílias", dizia o texto enviado a imprensa.
Estas declarações da Santa Sé ocorrem um dia depois de o papa Francisco mostrar sua preocupação com avanço do tráfico de drogas na Argentina em carta dirigida ao deputado argentino Gustavo Vera, na qual pediu "evitar a mexicanização" do país. "Tomara que tenhamos tempo de evitar a mexicanização. Estive falando com alguns bispos mexicanos e a coisa é de terror", afirmou o pontífice na carta, publicada no site da ONG La Alameda, presidida por Vera. A carta foi uma resposta a uma mensagem anterior de Vera no qual ele advertiu sobre o grande crescimento do tráfico na Argentina e informava ao pontífice sobre as próximas denúncias que fazer através da ONG, que luta contra o tráfico humano e o trabalho escravo.

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