Justiça do Bahrein determinou nesta terça-feira a dissolução do principal grupo de oposição, o xiita Al Wefaq, que está na mira das autoridades há anos por suas críticas à monarquia sunita e seu apoio aos protestos.
A decisão do tribunal inclui o fechamento da sede do partido, o congelamento de seus recursos e a proibição de suas atividades, de acordo com o Ministério da Justiça e Assuntos Religiosos de Bahrein. O Ministério, que determinou à Justiça a adoção desta medida, argumentou que o Al Wefaq "não respeita a lei nem as bases de convivência, fomenta uma atmosfera adequada para o terrorismo e a violência e pede intervenções externas nos assuntos do país".
Nesse sentido, o Ministério da Justiça advertiu, em comunicado, que "são ilegais todas as organizações que defendem o extremismo e que não respeitam a Constituição e a lei do Bahrein, que é um Estado monárquico constitucional árabe e muçulmano".
O Ministério considerou que este tipo de organização trabalha para "enfraquecer a aproximação entre os credos (sunitas e xiitas), e promove a cultura da exclusão e do fanatismo". Por último, afirmou que grupos com esse estão vinculados a países da região e "partidos políticos sectários extremistas que defendem o terrorismo", em alusão ao Irã, ao grupo xiita libanês Hezbollah e ao movimento rebelde iemenita dos houthis.
Os xiitas - que representam a maioria da população em Bahrein, governado por uma monarquia sunita - protagonizaram protestos desde 2011 para pedir reformas políticas, que foram reprimidas pela força e muitos líderes opositores foram presos.
Em 30 de maio, um tribunal do Bahrein aumentou a condenação de prisão contra o proeminente líder xiita Ali Salman, secretário- geral do Al Wefaq, de quatro para nove anos por insultar às autoridades e incitar à tensão sectária.
A organização Anistia Internacional (AI) denunciou no ano passado que "o xeque Ali Salman foi condenado só por expressar suas opiniões pacificamente".
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