segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Infanta Cristina não vai recorrer e e comparecerá ante a justiça espanhola Filha do rei Juan Carlos é acusada de corrupção

 
 
 

A infanta Cristina, filha do rei Juan Carlos da Espanha, não apelará de sua acusação em um caso de fraude fiscal e comparecerá voluntariamente perante o juiz, anunciou seu advogado neste sábado, em um escândalo que desferiu um duro golpe na família real.

A defesa reiterou a inocência da infanta, acusada na terça-feira pelo juiz José Castro, do tribunal de Palma de Maiorca, de fraude fiscal e lavagem de dinheiro, mas ressaltou que ela comparecerá para não prolongar o processo.

A infanta "decidiu renunciar ao direito ao recurso... e comparecer voluntariamente ante o Ilustríssimo Sr. Juiz Instrutor na data", declarou em um comunicado o escritório de advogados que a defende, Roca Junyent.

Os advogados afirmaram que a infanta não tem "nada a esconder ante o Ilmo. Sr. Juiz Instrutor, nem ante o conjunto da sociedade espanhola", e consideraram a convocação dos juízes "sem fundamento jurídico".

No entanto, declararam que a interposição de um recurso "se traduziria em dilação do procedimento, alongando, assim, a incômoda e, ao seu entender, injusta situação para ela do presente procedimento".

O juiz Castro convocou a infanta a depor no dia 8 de março.

Este caso está relacionado com os negócios de seu marido, o ex-jogador olímpico de handebol Iñaki Urdangarín.

A infanta, de 48 anos, e seu marido, de 45, são proprietários a partes iguais da sociedade Aizoon, que o juiz suspeita que pode ter servido de fachada para o desvio de fundos públicos.

Urdangarín está acusado desde 29 de dezembro de 2011 por supostamente ter desviado 6,1 milhões de euros de fundos públicos junto ao seu ex-sócio Diego Torres.

Os dois teriam conseguido, através do Instituto Noos, uma sociedade sem fins lucrativos que presidiu entre 2004 e 2006, contratos com as autoridades regionais das Baleares e de Valencia para a organização e promoção de congressos relacionados ao esporte.

A acusação da infanta desfere um duro golpe em sua imagem e na do rei Juan Carlos.

Juan Carlos gozou de uma grande popularidade graças ao papel que desempenhou durante a transição da Espanha para a democracia, depois de chegar à liderança do Estado dois dias após a morte do ditador Francisco Franco, em novembro de 1975.

Mas sua reputação foi manchada pelos escândalos de corrupção e por uma viagem que realizou em abril de 2012 a Botsuana para caçar elefantes, que veio à tona pelo fato de o rei ter caído e quebrado o quadril, o que o levou a pedir desculpas ao país, algo inédito.

A estes escândalos se somam os problemas de saúde do monarca, de 76 anos, o que relançou as especulações sobre o futuro de seu reinado.

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