segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Na Arábia Saudita, Hollande discute comércio e crises regionais

 

 


O presidente francês François Hollande aterrissou neste domingo na Arábia Saudita, onde deve discutir futuros acordos comerciais e as crises políticas e sociais no Oriente Médio. Entre os assuntos que estarão à mesa, constam o atentado com carro bomba que matou o ex-conselheiro de assuntos internacionais do governo do Líbano Mohamed Chatah, a crise síria e a escalada de violência no Egito.

Neste primeiro dia de visita, o chefe de Estado, é recebido pelo príncipe Salman ben Abdel Aziz em Rawdat Khurayim, a 60 quilômetros da capital Ryad. Depois, os dois têm um jantar de trabalho e o presidente segue para a embaixada francesa, onde concederá uma coletiva de imprensa. Durante a viagem, ele ainda se reunirá com empresários, com o ex-primeiro ministro libanês Saad Hariri, aliado político de Chatah, e com o chefe da oposição síria Ahmed Jarba.
Hollande viajou acompanhado de cerca de trinta diretores de empresas e quatro ministros: Laurent Fabius (Relações Exteriores) Arnaud Montebourg (Recuperação Econômica), Nicole Bricq (Comércio Exterior) e Jean-Yves le Drian (Defesa). Em entrevista publicada neste domingo pelo jornal local Al-Hayat, o presidente francês expressou sua disposição a "trabalhar pela paz, a segurança e a estabilidade no Oriente Médio". De acordo com
Perspectivas comerciais
Na matéria, Hollande lembra que a Arábia Saudita se tornou o "principal cliente da França" na região, com um volume de trocas que ultrapassou os 8 bilhões de euros em 2013 - dos quais 3 bilhões correspondem a exportações francesas. A balança comercial, no entanto, é deficitária para a França por conta das importações de petróleo.
Entre os negócios que impulsionaram as relações comerciais entre os dois países no ano estão a vitória da francesa Alstom na concorrência para a expansão do metrô de Ryad, o fornecimento de equipamento francês à Guarda Nacional Saudita e a renovação dos navios da marinha saudita, feita pelas empresas DCNS, Thales e MBDA.
O Eliseu espera que 2014 seja um ano "brilhante". Arnaud Montebourg aposta suas fichas no projeto real de construir 16 reatores nucleares nos próximos anos, um empreendimento para o qual "a França está muito bem posicionada", garante o ministro. As oportunidades para a França podem ser impulsionadas por conta do esfriamento nas relações entre Ryad e Washington por conta das posições americanas sobre o Irã e a Síria.
Crises regionais em pauta
"O Líbano deve permanecer unido diante dos perigos que o cercam", afirmou Hollande na entrevista ao Al-Hayat. Certamente, o atentado contra Mohammad Chatah estará no centro do debate entre o presidente francês e os dirigentes sauditas. Assim como a França, a monarquia se preocupa com interferências externas no Líbano, principalmente da parte do Hezbollah.
Outra preocupação comum dos dois governos é o programa nuclear iraniano. Para Hollande, Teerã deve dar "todas as garantias necessárias" para que consiga um "acordo completo" com a comunidade internacional. Os dois países também concordam sobre a questão síria: não há solução política sem a saída de Bashar al-Assad.
O ponto de divergência é o Egito. Ryad fornece apoio incondicional ao novo poder egípcio, enquanto François Hollande pede ao Cairo que permita "a todas as correntes políticas participarem do processo de transição, abdicando da violência".

Nenhum comentário:

Postar um comentário