Atentado a mesquita xiita mata 19 na Arábia Saudita; EI reivindica
A ação foi reivindicada pela milícia Estado Islâmico, cujo líder, Abu Bakr al-Baghdadi, havia pedido em novembro a seus aliados sauditas que atacassem a minoria xiita do país
menos 19 pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas em um ataque suicida em meio às orações desta sexta-feira (22) em uma mesquita xiita de Kudeih, no leste da Arábia Saudita, país de maioria sunita.
A ação foi reivindicada pela milícia Estado Islâmico, cujo líder, Abu Bakr al-Baghdadi, havia pedido em novembro a seus aliados sauditas que atacassem a minoria xiita do país. As autoridades ainda não confirmaram a relação da facção com o ataque.
Segundo o Ministério do Interior, um homem-bomba detonou um cinto de explosivos que escondia sob a roupa quando estava dentro do templo lotado durante a oração de meio-dia, a mais importante do dia sagrado para o islamismo.
Com o impacto da bomba, as janelas e portas da mesquita Imã Ali ficaram destruídas, assim como uma poça de sangue das vítimas se formou na área mais próxima ao autor do ataque.
Dezenas de ambulâncias foram enviadas ao local para retirar os feridos. Os centros de saúde da vizinha cidade de al-Qatif estão em alerta para receber as vítimas e o hospital principal da província pediu que a população doe sangue.
Kudeih está localizada ao norte da cidade de Qatif, no coração da Província Oriental, uma região petrolífera, onde a minoria está concentrada. O xiitas, que representam 10% da população saudita, reclamam de discriminação na monarquia.
REIVINDICAÇÃO
Segundo o grupo de monitoramento do terrorismo SITE, a reivindicação do Estado Islâmico foi feita em fóruns de combatentes radicais islâmicos. Nele, a facção identificou o suicida como Abu Ammar al-Najdi e disse que ele tinha feito 250 vítimas.
O último ataque ocorrido no país do golfo Pérsico, um dos mais seguros do Oriente Médio, foi em novembro, quando homens armados invadiram uma comemoração durante um feriado religioso celebrado pelos xiitas, matando oito pessoas.
Na mesma época, a reivindicação foi feita em áudio do próprio Baghdadi, que fez uma convocação à guerra contra a Arábia Saudita, em especial contra a dinastia Al Saud e o Exército, que compõe a coalizão que combate contra a milícia.
Dias depois, 77 pessoas foram presas acusadas de relação com o ataque. A ação, porém, pode ser uma represália da Al Qaeda na Península Arábica contra a intervenção militar saudita no vizinho Iêmen, iniciada em março.
O mufti (líder religioso máximo) saudita, xeque Abdul Aziz bin Abdullah al-Sheikh, condenou a ação.
"Este é um ato criminoso destinado a abrir um fosso entre os filhos da nação (...) e a propagar distúrbios em nosso país."
O ato também foi condenado pelo grupo islâmico xiita libanês Hizbullah, que responsabilizou as autoridades sauditas por não protegerem a minoria xiita.
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