Bhandari - deputada, ex-ministra de Defesa e esposa do histórico líder comunista falecido Madan Bhandari - recebeu o voto a favor de 327 deputados no Congresso, que possui 601 cadeiras e que, de acordo com a nova Constituição, elege tanto o presidente, que tem basicamente uma função protocolar e formal, como o primeiro- ministro.
Após ser designada, Bhadari assegurou aos jornalistas que iniciará conversas com os partidos do sul do país contrários à nova Constituição, que protestam e mantém um bloqueio da fronteira com a Índia.
"Considerarei o Himalaia, as montanhas e a região Tarai como um todo", declarou.
Com a escolha de Bhandari, termina a nomeação das máximas instituições do Estado, que fica nas mãos do UML, depois de Khadga Prasad Sharma Oli ter sido nomeado primeiro-ministro no último dia 12.
O novo presidente derrotou na votação parlamentar Kul Bahadur Gurung, candidato do partido Congresso Nepalês (NC), que governou em coalizão nos últimos anos com o UML, parceria que foi quebrada no aumento da tensão política.
A nova presidente tem uma longa trajetória como militante política e parlamentar desde 1994 e foi ministra de Defesa durante o governo de Madhav Kumar (2009-2010).
Bhandari substitui Ram Baran Yadav, do Congresso Nepalês, que estava no posto desde 2008, quando o país passou de uma monarquia a uma república.
Desde então e até 20 de setembro, o país esteve pendente da aprovação de uma Constituição, que terminou dando ao Nepal a condição de República Parlamentar.
A aprovação dessa Carta Magna foi rodeada de uma enorme instabilidade política pela oposição das minorias do sul da região de Tarai à nova distribuição administrativa do país, o que provocou meses de protestos que deixaram dezenas de mortos e que se intensificaram desde a promulgação do texto com um bloqueio à fronteira com a Índia.
O bloqueio, que coincide com uma suspensão no fornecimento ao Nepal da Corporação de Petróleo da Índia, colocou o país em uma grave crise de combustível.
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