terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

VATICANO E A ESCOLHA DOS CARDEIAS

O diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS), organismo da Igreja Católica em Portugal, defendeu hoje que a avaliação das decisões de Bento XVI sobre a criação de novos cardeais deve ultrapassar “análises geoestratégicas e estatísticas”.

“É injusto considerar que o Papa está distraído ou menos interessado no contributo que pode receber de quem vive geograficamente mais longe ou se confronta com realidades diversas”, escreve o cónego João Aguiar Campos, no editorial desta semana da Agência ECCLESIA.

Bento XVI convocou a 6 de janeiro um consistório para a criação de 22 novos cardeais, incluindo o português D. Manuel Monteiro de Castro, marcado para o dia 18 deste mês, no Vaticano.

Entre os escolhidos estão 16 europeus, incluindo sete italianos; dez dos novos cardeais ocupam cargos na Cúria Romana.

Admitindo que “abundam leituras e interpretações” sobre as decisões do Papa, o diretor do SNCS opta por deixar de parte “qualquer ‘geografia curial’”.

“Creio, sobretudo, que o Espírito continua a ser capaz de entrar em todas as salas, estejam ou não abertas as portas, suscitando impertinências que nunca o deixam prisioneiro”, escreve.

O próximo consistório está em destaque na mais recente pensamento, na qual o cónego José Paulo Abreu, professor da Faculdade de Teologia na Universidade Católica Portuguesa, destaca a “internacionalização da Cúria Romana” e do Colégio Cardinalício.

“Na eleição do Papa João XXIII, em 1958, participaram 17 cardeais italianos, num total de 51, o que significa um peso percentual italiano na ordem dos 33,3%”, recorda, um valor que será, a partir de dia 18, de 24% (30 italianos em 125 eleitores).

O Colégio Cardinalício vai passar a ter representantes de 70 países, 51 dos quais com cardeais eleitores, ou seja, com menos de 80 anos e, por isso, com direito a voto na eleição de um novo Papa (conclave).

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