sábado, 1 de setembro de 2012

HUMOR BELGA

Quer seja levado à letra na Flandres ou na brincadeira na Valónia, o humor belga reflete a complexidade e a as diferentes formas do país. Mas o que prevalece sobre o resto é uma combinação saudável de sentido crítico, modéstia e troça, escreve o "Le Monde", no oitado epísódio da série O Humor na Europa.
Existem muitas formas de humor na Bélgica - mas como continua a ser uma dúvida persistente sobre a identidade do país, evitaremos evocar um humor "belga". Primeiro, temos um humor involuntário que apimenta o quotidiano. Aqui, uma emissão televisiva pode anunciar em horário nobre o desaparecimento do país - "Bye Bye Belgium", como o fez a RTBF em 2006.
Um primeiro-ministro - Yves Leterme, em 2007 - pode entoar A Marselhesa quando é convidado a cantar o hino nacional. E a rainha Fabiola, ameaçada de morte por um suposto praticante de tiro com arco (!) em 2010, apresenta um chapéu com uma maça verde durante uma festa nacional...
Depois, temos um humor voluntário, com uma veia flamenga e outra valã. O primeiro é mais direto, mais "frontal" com duelos de flatulência e ataques frontais das religiões ou da monarquia. O segundo, adepto do sinónimo e da circunvolução, muitas vezes machista, marcado pelo sentido crítico, componente essencial da "identidade belga" e que, como o diz o humorista Bruno Coppens, reflete antes de mais uma falta de orgulho coletiva.

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