sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Milhares de jordanianos protestam contra rei Abdullah II




Milhares de jordanianos tomaram as ruas da capital Amã nesta sexta-feira, em protestos contra a monarquia do rei Abdullah II, no quarto dia de manifestações. A onda de protestos populares foi detonada pelo aumento nos preços dos combustíveis na terça-feira e os dois principais grupos opositores da Jordânia, a Irmandade Muçulmana e o Hirak ("movimento" em árabe, um grupo descontente de jovens), aproveitaram a indignação popular. Nesta semana, pelo menos um manifestante foi morto e 75 pessoas ficaram feridas em outros protestos que aconteceram em Amã mas também em Tafila e na cidade nortista de Irbid, perto da Síria.
O chefe da polícia de Amã, o general Hussein Majali, disse ontem que os manifestantes serão esmagados "com punhos de ferro". Majali não precisou cumprir a promessa nesta sexta-feira porque grupos de partidários da monarquia também foram às ruas e fizeram manifestações a favor de Abdullah II.
Na Jordânia, como em outros países árabes, a população está frustrada com o aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis, bem como a pobreza disseminada, o desemprego e a inflação em alta. Os protestos não adquiriram a violência que levou às quedas dos governos no Egito, Tunísia e Iêmen, ou às guerras civis na Líbia e na Síria, mas têm ocorrido nos últimos três anos. Até agora, Abdullah II conseguiu manter o controle, em parte cedendo poderes ao parlamento e reformando ministérios.
"Eu mal consigo sustentar meus quatro filhos, com um salário mensal de US$ 500. Como vou aguentar mais um aumento nos preços?" questionou indignado o funcionário público Thaer Mashaqbeh, de 47 anos. A multidão gritava "O povo quer derrubar o governo" e "Abdullah, ou você faz as reformas ou vai embora".
O governo defendeu o aumento no preço dos combustíveis, ao dizer que é uma medida necessária para reduzir o déficit do orçamento e a dívida externa, como parte dos esforços da Jordânia para conseguir um empréstimo de US$ 2 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os protestos na Jordânia foram retomados na noite de terça-feira, após o governo ter decretado um aumento de 54% no preço do gás natural e de até 28% nos combustíveis. Pelos menos 157 pessoas foram detidas pela polícia desde a noite do dia 13.

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