sábado, 12 de janeiro de 2013

REI ABDULLAH DA ARÁBIA SAUDITA NOMEOU MULHERES PARA À ASSEMBLÉIA CONSULTIVA

O rei da Arábia Saudita, Abdullah bin Abdul Aziz al-Saud, nomeou pela primeira vez mulheres para a Shura, uma assembleia consultiva que tem como objetivo aconselhar o rei. Apesar do pouco poder da Shura, a decisão está sendo considerada como o passo mais significativo dos sauditas em relação aos direitos das mulheres.
A Árabia Saudita é uma monarquia ultra-conservadora que segue uma interpretação rigorosa da lei islâmica. No país, mulheres são obrigadas por lei a se submeter à tutela masculina durante toda a sua vida. As mulheres não podem dirigir, por exemplo, e só podem participar da política se tiverem autorização de um homem – pai ou marido.
Desde que assumiu o trono, em 2005, O rei Abdullah vem aprovando pequenas e cautelosas medidas para diminuir as restrição sofridas pelas mulheres. Entre as medidas, Abdullah garantiu direito das mulheres votarem e cancelou punições de chicotadas para uma mulher que foi presa por dirigir. No entanto, segundo ativistas sauditas, as medidas são apenas cosméticas, e o caráter patriarcal da Árabia Saudita continua em vigor.
O jornal Financial Times conversou com ativistas sauditas. Para elas, a medida é simbólica, dado o limitado poder da Shura, mas ainda assim é importante para a luta do direito das mulheres.
“O Conselho Shura tem fins cosméticos, mas é muito importante incluir mulheres no debate público”, disse Hala al-Dosary, uma colunista feminista. “Para ativistas, o conselho se tornará mais acessível, porque será socialmente aceito negociar com mulheres”.
Ao todo, 30 mulheres irão integrar o Conselho Shura, formado por 150 pessoas. O conselho não tem a competência de aprovar leis – poder concedido apenas ao rei – mas pode sugerir projetos de lei para o rei. Apesar do avanço, a Shura continuará mantendo a interpretação estrita da lei islâmica. Com isso, mulheres deverão entrar no prédio do conselho por uma porta diferente da usada pelos homens, e só poderão comparecer completamente cobertas com o véu

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