quarta-feira, 12 de junho de 2013

Exportação de petróleo cria nações dependentes e vulneráveis

 

 


Sem potencial e espaço para ampliar suas vendas internas, uma extensa lista de países precisa recorrer ao mercado externo para estabilizar a economia. Tornam-se, assim, dependentes do comércio exterior e, pior, parte deles acaba colocando toda sua energia em um só produto: o petróleo, uma riqueza considerada vulnerável. É o caso da Venezula, de países do Oriente Médio e da Rússia. No Brasil, as exportações do produto não chegam a 2% do PIB.

Nas últimas décadas, a Venezuela passou a ser um país muito focado na produção agrícola e na exportação de petróleo. “Basicamente, tudo gira em torno do petróleo. Isso nunca refletiu, no entanto, no bem-estar e no conforto da população”, afirma o professor de Administração da ESPM Adriano Gomes. O país, que é a segunda maior reserva natural do óleo, tem um terço do seu PIB baseado na venda do produto. Segundo dados do índice Dow Jones, em 2012, foi o sétimo maior exportador de petróleo mundial, com 15,3 milhões de toneladas embarcadas.

Países do Oriente Médio, região que representa cerca de 60% das reservas mundiais de petróleo, também são obrigados a investir fortemente na exportação desse produto. Sem nenhum outro tipo de indústria expressivo, lugares como a Arábia Saudita e o Irã, integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), têm quase 80% da sua renda baseada no óleo. “A Arábia Saudita vive em um regime político baseado em uma monarquia, que não se preocupa em investir na economia. Portanto, não há outro bem de importância vital como o petróleo”, diz Gomes.

Caso semelhante ao da Rússia. Dono da segunda maior reserva de petróleo do mundo, o país tem 60% de suas exportações sustentadas pelo setor energético. Segundo o professor de Administração, a Rússia precisa investir em outros mercados se quiser melhorar sua economia. “Durante a revolução, o país tinha basicamente dois destinos para a renda: armamentos e corrida espacial. Nunca criou-se políticas de desenvolvimento da indústria. Por isso, a Rússia é totalmente dependente desta riqueza vulnerável”, afirma.

No caso do Brasil, os produtos mais exportados são minério de ferro, soja, petróleo bruto e açúcar. Em 2012, US$ 27 bilhões foram recebidos graças à exportação do petróleo no País. Esse número, no entanto, é pouco mais de 1% do PIB nacional. “As exportações promovem o crescimento do país. Portanto, se não capricharmos nesse lado, a nossa taxa de crescimento estará condenada a ficar nesse crescimento quase nulo, de apenas 3%”, explica Gomes.

Somados, Arábia Saudita, Estados Unidos, Rússia, Irã e México são responsáveis por aproximadamente 40% da produção de petróleo no mundo. Adriano gomes ressalta, porém, que ter grandes reservas não é garantia de prosperidade do país. “Se o petróleo, ou qualquer outra riqueza, não for bem empregado, a população vai sentir os efeitos. É preciso usá-lo para investir na educação e desenvolvimento do país.”

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