quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

GOVERNO DO KUWAIT EH DEMISSIONARIO ACUSADO DE CORRUPCAO

O emir do Kuwait, Sabah al-Sabah, aceitou esta tarde a proposta de demissão apresentada pelo governo do seu sobrinho Nasser al-Sabah. A par da decisão, o emir ditou que o parlamento permanecerá em funções até serem convocadas eleições antecipadas num prazo máximo de 60 dias.
No seio da oposição, a decisão do emir de manter o governo em gestão espoletou reacções negativas, já que o objectivo máximo dos últimos protestos tem sido o apelo à demissão do primeiro-ministro, acusado de corrupção.

Na origem das manifestações está o escândalo de corrupção que rebentou no passado mês de Junho. Em causa estão as alegações de que o primeiro-ministro terá subornado membros do parlamento com o intuito de os levar a transferir dinheiro para contas bancárias no estrangeiro.

Para além de condenar o alegado esquema de corrupção, a oposição do Kuwait, que vai desde islamitas a liberais, tem vindo a acusar as autoridades de limitarem a abertura política e de recorrerem a pesadas medidas para silenciar as vozes dissidentes do regime.

Mas a renúncia do governo não parece estar a calar os ecos da oposição. A verdade é que a família al-Sabah, que governa o país, se tem mostrado muito resistente ao cenário político pouco favorável dos últimos tempos. O primeiro-ministro sobreviveu inclusivamente a três moções de censura e iria apresentar-se amanhã para mais um interrogatório sobre assuntos do governo.

Na sombra fica a especulação de que o emir Sabah al-Sabah poderá reconduzir Nasser al-Sabah para o lugar de primeiro-ministro depois das novas eleições legislativas, ainda por agendar.

Apesar da demissão do governo, permanece portanto fraca a esperança de que os tumultos possam desafiar o sistema político do Kuwait - uma monarquia constitucional com grandes raízes familiares e com um parlamento que tem o maior poder de todos os órgãos eleitos na generalidade dos países do Golfo.

A Primavera Árabe continua, agora com o país do petróleo a juntar-se à saga de protestos e violência contra os regimes autocráticos em vigor que assombrou o mundo árabe .

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