sábado, 2 de junho de 2012

CONVIDADOS DA RAINHA GERAM DISCUSSÕES

Depois de a rainha Sofia de Espanha ter anunciado que não estaria presente no jubileu de diamante da rainha Isabel II, gera-se outra polémica à volta de mais dois convidados, por motivos opostos. A presença dos reis do Bahrein e da Suazilândia no almoço desta sexta-feira valeu várias críticas à rainha de Inglaterra.


O activista dos direitos humanos Peter Tatchell criticou Isabel II por ter convidado “reis tiranos” para as celebrações dos seus 60 anos de rainha. Um “equívoco chocante”, assim descreve, citado pela BBC, a decisão de incluir na lista de convidados o rei do Bahrein, Hamad al-Khalifa, e o rei da Suazilândia, Mswati III, que, diz, revela que a rainha não tem noção do que são os valores humanitários para a maioria dos britânicos.

“Convidar déspotas manchados de sangue envergonha a nossa monarquia”, acrescentou Tatchell, para quem isto “é um pontapé nos dentes dos activistas pró-democracia e para os prisioneiros políticos destes regimes totalitários”.

Buckingham recusou-se a fazer comentários sobre a lista de convidados para o almoço, mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico frisou que tem vindo a discutir vários assuntos com o Governo do Bahrein e justificou o convite com a “longa amizade e aliança” que Inglaterra tem com o Bahrein, cita a BBC.

Mas o anterior ministro, Denis MacShane, já disse também que o ministério deveria “proteger a rainha em vez de a expor a um jantar com um déspota”. Também o grupo anti-monárquico Republic criticou o convite a Hamad al-Khalifa.

Flora Dlamini, do programa Network Africa, criticou a presença de Mswati III, que viajou com uma comitiva de 30 pessoas. “O dinheiro que está a gastar para alimentar essas pessoas podia ir de volta para casa”, disse à BBC.

No almoço desta sexta-feira estão presentes monarcas de 26 países, que à noite o príncipe Carlos recebe num banquete, no Palácio de Buckingham.

Na quarta-feira soube-se que a rainha Sofia não estaria presente no jubileu de Isabel II. Segundo o Governo espanhol, citado pelo El País, a sua presença seria “pouco oportuna nas actuais circunstâncias”, tendo em conta a disputa entre os dois países relacionada com Gibraltar.

O ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, José Manuel García-Margallo, disse que o cancelamento da viagem da rainha a Londres mostra a “extraordinária sensibilidade” da casa real “para com todos os problemas que afectam a nação espanhola”. Segundo considerou o governante, é uma “consequência de algumas dificuldades que são eternas nas relações em torno do rochedo de Gibraltar, que passam por [momentos] altos e baixos”.

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