domingo, 6 de julho de 2014

Mais de 250 mil trabalhadores regressam ao Cambodja por medo de repressão

 

- Mais de 250 mil trabalhadores do Camboja, a maioria dos quais indocumentados, fugiram da Tailândia desde o início do mês devido ao receio de que a junta militar leve a cabo uma repressão dos trabalhadores estrangeiros ilegais. "Até ao momento, mais de 250 mil cambojanos atravessaram a fronteira da Tailândia", disse hoje o primeiro-ministro do Camboja, Hun Sen, falando na maior vaga de repatriados de sempre.
O chefe de Governo cambojano não atribuiu, contudo, a culpa pelo regresso de milhares de trabalhadores ao país à junta militar no poder na Tailândia, tendo afirmado antes que este cenário figura como uma oportunidade para reverter a atual situação dos trabalhadores de "ilegal" para "legal".
Hun Sen revelou ainda, segundo a agência chinesa Xinhua, que o chefe do Exército e atual chefe da junta militar da Tailândia, Prayuth Chan-ocha, lhe endereçou uma carta, no passado dia 18, explicando que Banguecoque não tem intenção de recorrer ao uso da força ou de emitir uma ordem de deportação dos trabalhadores migrantes, pretendendo antes recolher uma lista com os nomes dos trabalhadores estrangeiros (legais e ilegais) que se encontram ao serviço de empresas na Tailândia.
O êxodo surgiu depois de terem circulado rumores, no início deste mês, de que a junta tailandesa se preparava para deter e repatriar trabalhadores estrangeiros ilegais.
Durante o massivo regresso de trabalhadores cambojanos ao país, as autoridades tailandesas detiveram 13 trabalhadores migrantes pela suspeita de terem usado documentos de trabalho forjados, preparando-se para os levar a tribunal, indicou o primeiro-ministro cambojano.
"Através do embaixador da Tailândia, gostaria de pedir ao general Prayuth Chan-ocha para, se possível, retirar as acusações contra eles", afirmou Hun Sem, acrescentando que os cambojanos detidos também são vítimas, dado que a pessoa a quem pediram para lhes arranjar vistos de trabalho carimbou os seus documentos com selos falsos.

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