domingo, 13 de fevereiro de 2011

PRINCÍPE VERMELHO

Tem menos um ano do que o primo, o Rei de Marrocos. Foi educado como um filho pelo falecido monarca Hassan II. Mas isso não o impede de criticar o regime e defender reformas democráticas. Vive nos EUA e disse ao 'El País' que Marrocos não será excepção na onda de contestação que varre o mundo árabe.

Marrocos ainda não foi atingido mas não há nada que enganar: quase todos os sistemas autoritários serão afectados pela onda de protestos. Marrocos não será provavelmente a excepção. Falta ver é se a contestação será só social ou também política."

Estas afirmações explosivas, feitas em entrevista ao El País, não vêm de um marroquino qualquer, mas do príncipe Moulay Hicham, primo do Rei Mohammed VI, de Marrocos, terceiro na linha de sucessão.

E nada devem ter agradado ao actual monarca, dado o clima de revolta social que ameaça agora alastrar um pouco por todo o mundo árabe.

Mas há muito tempo que as suas posições demasiado liberais e reformistas em defesa de uma democratização do regime político marroquino deixaram de caber no palácio real de Dâr-al-Mahkzen.

A viver actualmente em Princeton, nos EUA, com a família, Moulay Hicham, de 46 anos, publica com frequência artigos polémicos sobre a necessidade de reformas no país que o viu nascer. E a ligação directa que tem à monarquia não o impede minimamente de a criticar sem piedade.