terça-feira, 17 de maio de 2011

O CHEFE DA CASA REAL DEFENDEU O SEU PONTO DE VISTA NA CRISE PORTUGUESA

O chefe da Casa Real portuguesa, Duarte Pio, defendeu hoje no Porto que se "Portugal tivesse um rei como Chefe de Estado" não estaria na atual situação de "descalabro" e "mais facilmente poderia sair dela".

"Portugal, se tivesse como Chefe de Estado um rei, não estaria na situação como está hoje e poderia sair mais facilmente dela", afirmou à margem do XVII Congresso da Causa Real, que se encontra a decorrer no Porto.

Para o duque de Bragança, "um rei podia ter alertado com mais impacto os políticos para os problemas que estavam a criar", lembrando que "esta situação de descalabro não é de agora".

"Já começou há muitos anos atrás quando se começaram a entusiasmar com o dinheiro da Europa e a gastar em obras de grande impacto visual e a aumentar o enorme número pessoas a viver à custa do Estado", disse.

Em defesa da monarquia, salientou que um rei "é independente", equiparando-o a "um árbitro num jogo de futebol que não pode pertencer a uma das equipas em jogo".

"Um rei, como é independente e não precisa dos votos, pode alertar os políticos e ajudá-los a perceber a situação e a corrigir os erros", sustentou.

Acrescentou que, e comparando com outras monarquias contemporâneas da Europa, "quando numa monarquia atual um rei fala, o que é raro, as pessoas prestam atenção e acreditam no que ele diz".

O congresso assistiu ainda à substituição de Paulo Teixeira Pinto na presidência do movimento da Causa Real, sucedendo-lhe Luís Lavradio.

O novo dirigente nacional afirmou que "a monarquia em si não é uma panaceia para todos os males de Portugal", tendo porém a "certeza que seria uma grande ajuda".

"Hoje em dia é claro que vivemos uma situação em que temos um modelo económico que não funciona, temos uma crise política clara e um regime que começa a ser cada vez mais questionado", destacou.

Sendo o objetivo da Causa Real a disseminação do ideal monárquico, e em última instância a sua restauração em Portugal, Luís Lavradio considera que "a única maneira de haver uma restauração monárquica em Portugal é desmistificando o que foi feito ao longo dos últimos 100 anos e passar a mensagem do que seria uma monarquia do século XXI".

"A grande diferença entre uma monarquia e uma república no século XXI é só a chefia de Estado. Seria essencialmente uma substituição do Chefe de Estado por alguém que não só agrega toda a bagagem cultural do país mas também faz uma ligação importante entre o passado do país, o presente e o futuro e ainda traz uma estabilidade política indesmentível e uma isenção total em termos políticos", frisou.