domingo, 8 de janeiro de 2012

ATIVISTA ACUSAM A COCACOLA DE DAR SUPORTE AO REI MSWATI III

Ativistas a favor da democracia na Suazilândia, governada com mão de ferro pelo Rei Mswati III desde 1986, defendem que os negócios da Coca-Cola no país poderão estar a sustentar o monarca.

A Coca-Cola está presente desde 1987 na Suazilândia, atualmente o país africano onde os negócios da companhia de refrigerantes atingem maior dimensão, nomeadamente através das produções da Conco (Coca-Cola Swaziland).

Segundo relatórios especializados referidos pelos media internacionais, a atividade da Coca-Cola na Suazilândia poderá representar cerca de 40% do PIB do país, onde uma grande maioria da população vive em condições de pobreza extrema.
Mswati III visita sede da Coca-Cola nos EUA

A visita do monarca Mswati III à sede da Coca-Cola em Atlanta, nos EUA, terá desencadeado as criticas dos ativistas na Suazilândia, que acusam a companhia de estar a apoiar o ditador através deste tipo de ações.

Mary Pais Da Silva, coordenadora da Swaziland Democracy Campaingn , refere que os lucros da Coca-Cola no país não ajudam os suazilandeses, contribuindo apenas para aumentar a riqueza do Rei.

"A Coca-Cola deve encontrar uma forma de dirigir os seus ganhos para o povo da Suazilândia. Deviam suportar os movimentos pró-democráticos", defende, por seu turno, Lucky Lukehele, porta-voz da Swaziland Solidarity Network .
Monarca absoluto

Segundo o jornal "The Guardian", a Coca-Cola afirma que, ao pagar impostos, não pode determinar de que forma este dinheiro será usado pelos Governos dos países onde faz negócios.

"O Rei Mswati III não recebe lucros nem dividendos da Conco" refere Sherree Shereni, da Fundação Coca-Cola África, acrescentando: "A população da Suazilândia beneficiou da presença da Coca-Cola no país através das suas contribuições na saúde, gestão da água, educação e empreendedorismo".

A Suazilândia é a última monarquia absoluta do continente africano. Mswati III não permite a participação política dos partidos e é acusado de usar métodos repressivos contra os seus opositores a favor da democracia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário