terça-feira, 10 de janeiro de 2012

PAPA FALA QUE É PRECISO INVESTIR NOS JOVENS PARA RESOLVER AS QUESTÕES MUNDIAIS

Mudar a situação atual «só poderá ser feito através da educação, que constitui a tarefa de primária importância num tempo difícil e delicado», salientou Bento XVI. A propósito da última mensagem para o dia mundial da paz, «Educar os jovens para a justiça e para a paz», referiu-se ao lugar que há que reservar à família e à defesa da vida, assim como às instituições educativas, onde a Igreja está bem presente.

«Os graves e preocupantes desenvolvimentos da crise económica e financeira mundial» preocupam o Santo Padre já que a situação afeta «famílias e as empresas dos países economicamente mais avançados, com repercussões sobre os jovens, mas também a vida dos países em vias de desenvolvimento». Em lugar do desânimo, o Pontífice defende que a crise «pode e deve ser um estímulo para refletir sobre a existência humana e sobre a importância da sua dimensão ética». E uma oportunidade para «adotar novas regras que assegurem a todos a possibilidade de viver dignamente desenvolvendo as suas capacidades em benefício da comunidade no seu conjunto».


Preocupado com a situação de crise no mundo e com o facto de serem os jovens os mais afetados com o desemprego e a falta de perspetivas para o futuro, o Pontífice apontou como exemplos para sair da crise a África do Norte e o Médio Oriente. Ali os jovens lançaram «aquilo que se tornou num amplo movimento de revindicação de reformas e de participação mais ativa na vida política e social», afirmou.

Ainda sem balanço definitivo destes acontecimentos e consequências, o Santo Padre considera que a «via adequada para continuar o caminho empreendido passa pelo reconhecimento da dignidade inalienável de cada pessoa humana e dos seus direitos fundamentais». Bento XVI advertiu contra o risco deste movimento de solidariedade social degenerar em «mero instrumento para conservar ou conquistar o poder» e convidou a comunidade internacional a concorrer para «a construção de sociedades estáveis, reconciliadas, opostas a toda a discriminação injusta, em especial de ordem religiosa».

Na sua intervenção aos embaixadores de 178 Estados (o último a ser reconhecido foi o Sudão do Sul, em 2011), o Papa manifestou a sua preocupação pela tensão existente na Síria, apelando a que se «ponha termo à efusão de sangue e se empreenda um diálogo frutuoso entre as partes». Bento XVI reafirmou a necessidade de os israelitas e palestinianos «tomem decisões corajosas e clarividentes que possam conduzir a uma paz estável, que garanta o direito de ambos viverem em segurança em Estados soberanos, com fronteiras seguras e internacionalmente reconhecidas».

O Pontífice guardou uma saudação especial para o novo país e referiu-se às «tensões e confrontos» ali verificados nos últimos meses. Espera ainda que «todos unam esforços para que se abra finalmente, para as populações do Sudão e do Sudão do Sul, um período de paz, de liberdade e de desenvolvimento». Moçambique foi o único país lusófono expressamente citado, a propósito do recente Acordo com a Santa Sé, cuja ratificação deve ter lugar em breve, como já aconteceu com idêntico acordo assinado, também em 2011, com o Azerbeijão.

Uma alegria manifestada também pela admissão da Santa Sé, como membro de pleno direito na Organização Internacional das Migrações. «Tal testemunha o empenho da Santa Sé e da Igreja Católica ao lado da comunidade internacional na busca de soluções adequadas para este fenómeno que apresenta múltiplos aspetos, desde a proteção da dignidade das pessoas à preocupação pelo bem comum das comunidades que as recebem e daquelas de onde provêm», frisou.

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