domingo, 8 de janeiro de 2012

BARENITAS LIGADOS A0S DIREITOS HUMANOS PEDE PARA FORMULA UM BOICOTAR O GRANDE PRÊMIO DO BAHREIN

Associações ligadas aos direitos humanos iniciaram uma campanha para que os pilotos e equipes da F1 boicotem o GP do Bahrein, marcado para o dia 22 de abril no circuito de Sakhir. O país vive uma crise política, deflagrada em meados de fevereiro do ano passado.

Os barenitas protestam contra a monarquia sunita, que governa o país há mais de 200 anos. Os ativistas pedem maior participação dos xiitas – que são maioria no Bahrein – no governo, além de mais empregos, moradia e a libertação de presos políticos.

O governo, no entanto, apoiado por soldados da Arábia Saudita, tem reprimido os protestos de forma violenta e é constantemente acusado de desrespeitar os direitos humanos.


Prova no Bahrein foi confirmada no calendário de 2012 da F1 no dia 22 de abril


A prova em Sakhir abriria a temporada do ano passado da F1, mas foi adiada para outubro e posteriormente cancelada por conta dos violentos protestos que atingiram a região.

No início de dezembro último, o Conselho Mundial da FIA se reuniu em Nova Délhi, na Índia, e decidiu manter a etapa barenita no calendário deste ano. Mas ativistas dos direitos humanos afirmam que o governo quer usar a F1 para dizer ao mundo que está tudo bem.

“Vamos fazer uma campanha para que os pilotos e times boicotem. O governo quer que a F1 diga ao mundo que tudo voltou ao normal”, afirmou Nabeel Rajab, vice-presidente da ‘Bahrain Center Human Rights’. “Se eles vierem, vão ajudar o governo a dizer isso. Nós gostaríamos que eles não se envolvessem. Tenho certeza que os pilotos e times respeitam os direitos humanos”, opinou.

Mariwan Hama-Saeed, do grupo nova-iorquino ‘Human Rights Watch’, disse à revista ‘Arabian Business’ que a FIA “deveria considerar o sério abuso dos direitos humanos no Bahrein e o fato de que até hoje as autoridades continuam a suprimir protestos pró-democracia.”

“Duvido que a F1 possa ser um sucesso em um país onde foram cometidos sérios abusos aos direitos humanos. A situação política do Bahrein é instável e polarizada. Estamos muito preocupados com o comprometimento do governo em implantar uma reforma significativa”, destacou Hama-Saeed.

AP
Manifestantes querem maior participação dos xiitas no governo, além de emprego e moradia


Em novembro, Bernie Ecclestone, o chefe da F1, afirmou que seguiria em frente com o plano de retornar ao país e descartou que o GP se tornasse o foco dos protestos na região.

“Está no calendário. Estaremos lá, a menos que algo terrível nos impeça”, disse o dirigente.

No ano passado, foi criada uma petição na internet direcionada a Red Bull para que a equipe boicotasse o GP. Além disso, Mark Webber foi o único a se manifestar publicamente contra a realização da prova. Na ocasião, o australiano disse: “[O cancelamento] mandaria uma mensagem muito clara em relação à posição da F1 sobre algo tão fundamental quanto os direitos humanos e como lidar com questões morais”, analisou.

“Querendo ou não, a F1 e os esportes em geral não estão acima da responsabilidade social e da consciência”, defendeu. “Como um competidor, não me sinto confortável para competir em um evento que, apesar das garantias do contrário, inevitavelmente vai causar mais tensão para as pessoas do país. Não entendo por que o meu esporte quer ser o catalisador disso.”

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