A duquesa de Alba,
Cayetana Stuart y Silva, defende o regime monárquico, que qualifica de
"inseparável" da História espanhola, e qualifica como "pouco patriotas
para com Espanha" os catalães que advogam a independência daquela região
autónoma.
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A duquesa de 88 anos regista estas e outras considerações
- como a viagem, em 2012, ao Estoril -, em tom de diário, no livro "O
que a vida me ensinou", que é publicado na próxima sexta-feira pela
editora Pergaminho.
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A aristocrata defende também o regime de morgadio - regime de linhagem que dá preponderância ao filho mais velho -, afirmando "que muita gente possa achar estranho ou injusto", mas "mantém o património unido". Referindo-se à sua casa lembra que há também uma fundação.
"Caso contrário, seria o mesmo que destruir um museu", atesta, recordando que os Alba têm setecentos anos de História e "são grandes mecenas".
A duquesa reconhece que o património da Casa de Alba foi uma das suas "obsessões". "Setecentos anos de História às minhas costas é uma enorme responsabilidade de que agora me sinto orgulhosa, mas que me deu muitas, muitíssimas dores de cabeça", escreve.
Sobre a Catalunha, a duquesa diz que "ainda que tente não falar de política", a perspetiva da Catalunha se declarar independente de Espanha lhe desagrada, acha "pouco patriótico com Espanha", e conta que os catalães lhe dizem "coisas maravilhosas" e lhe declaram: "Duquesa, tu és nossa".
A obra, abordando diversas temáticas do quotidiano, regista os diferentes acontecimentos e reflexões de Cayetana Stuart y Silva, 18.ª duquesa de Alba, desde que casou, pela terceira vez, em outubro de 2011, com Afonso Diez Carabantes.
A nobre afirma ter decidido publicar este livro depois "do carinho e amizade" com que o público recebeu o seu livro de memórias "Eu, Cayetana", que a fez viajar até ao Estoril, para a sua apresentação. O Estoril foi o local escolhido pela duquesa pois conhece esta localidade nos arredores Lisboa desde criança, quando visitava os condes de Barcelona, pais do atual Rei, que aqui se exilaram.
Sobre Portugal atesta: "Apesar de estarem tão mal ou pior que nós [os espanhóis], os portugueses são acolhedores, simpáticos e agradecidos".
Nesta viagem, a duquesa passou por Lisboa para comprar antiguidades e é neste contexto narrativo que a aristocrata afirma: "Apesar de tudo o que se diz de mim, nem sempre faço o que me dá na gana, ainda que seja verdade que às vezes -- umas quantas, repito -- fiz muito bem como entendi".
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