sexta-feira, 18 de março de 2011

REI SAUDITA PROMETE CRIAR SESSENTA MIL EMPREGOS

Abdallah, de 87 anos, dirigiu-se à nação depois das orações de sexta-feira, um gesto raro do monarca saudita.

No seu discurso, o rei saudita saudou "os homens da força de segurança", que são "as mãos" que "garantem a estabilidade" do reino.

Depois de Abdallah falar, a televisão estatal saudita anunciou uma série de decretos reais com várias medidas de caráter social. O governo saudita vai criar um novo subsídio para desempregados, criar 60 mil empregos no setor da Defesa, e financiar novos projetos de habitação social.

Também foram anunciados decretos que criam um novo salário mínimo (num valor equivalente a cerca de 600 euros) e uma nova agência de combate à corrupção.

O discurso de Abdallah e as medidas anunciadas vêm na sequência de uma série de manifestações a exigir reformas democráticas na Arábia Saudita.

As manifestações, que ocorreram sobretudo na região Leste do país (onde vive a minoria xiita), têm atraído apenas algumas dezenas ou centenas de pessoas, decorreram sem incidentes, e não visaram diretamente a monarquia saudita, apelando apenas a reformas e à redução da corrupção.

Apesar disso, o regime saudita levou muito a sério a ameaça de um levantamento popular, como ocorreu na Tunísia ou no Egito, e um pouco por todo o mundo árabe - incluindo no vizinho Bahrein, para onde a Arábia Saudita enviou um contingente militar (no âmbito de uma força do Conselho de Cooperação do Golfo) para ajudar a monarquia de Manama a controlar os protestos.

Nas últimas semanas, o regime de Riade proibiu manifestações, mobilizou fortes dispositivos policiais para controlar as que estavam anunciadas, prendeu alguns ativistas (sobretudo da minoria xiita) e advertiu que não seriam toleradas quaisquer gestos de contestação nas ruas.

Apesar destas medidas, continuam a circular na Internet apelos à mobilização para uma "revolução saudita" a 20 de março.