A central sindical sul-africana COSATU ameaça bloquear terça-feira por completo o trânsito de veículos e pessoas entre a África do Sul e a Swazilândia em protesto contra o regime do monarca Mswati III.
A secretária para as relações internacionais da COSATU, Zanele Matebula, disse, na noite de domingo, numa conferência de Imprensa em Joanesburgo, que dirigentes sindicais sul-africanos planficam concentrar pelo menos de 300 pessoas no posto fronteiriço de Oshoek/Ngwenya.
O posto fronteiriço liga a África do Sul a Mbabane, como forma de solidariedade com os trabalhadores swazis que se devem manifestar terça-feira naquele reino contra o regime de Mswati III, que há exatamente 25 anos ilegalizou os sindicatos e os partidos políticos da oposição.
"Queremos tornar a Swazilândia ingovernável", declarou Matebula, esclarecendo que é intenção da COSATU que nesse dia não atravessem a fronteira "nem pessoas nem materiais, para ferir a economia".
"Isso (o bloqueio) terá impacto nos negócios dentro da Swazilândia e esperemos que produza o efeito de espicaçar os swazis para que expressem as suas preocupações contra a monarquia", referiu aquela dirigente.
Zanele Matebula falava num encontro de solidariedade com o povo da Swazilândia que apenas atraiu oito dezenas de pessoas.
O ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros, Ebrahim Ebrahim, que deveria discursar no encontro, não chegou a comparecer sem que tenha sido dada qualquer explicação.
Os protestos naquele reino, encravado entre a África do Sul e Moçambique, têm subido de tom nos últimos meses, devido ao aumento generalizado da pobreza, que contrasta com o estilo de vida sumptuoso do rei Mswati III.
Em várias ocasiões os manifestantes foram espancados e detidos e sindicalistas e activistas sul-africanos deportados do reino.
A segurança no posto fronteiriço de Oshoek/Ngwenya foi reforçada nos últimos dias com efectivos de agentes da polícias sul-africanos a conduzirem buscas apertadas a viaturas que circulam entre os dois países.