domingo, 24 de abril de 2011

PRETENDENTE LÍBIO AO TRONO É CAUTELOSO

Pretendente ao trono líbio diz-se pronto para participar numa transição
O pretendente ao trono líbio no exílio prometeu hoje "tudo fazer" para ajudar à criação de um Estado democrático e disse-se pronto para servir o povo líbio, apelando para um regresso, mesmo que transitório, à monarquia constitucional.







Revolta nos países muçulmanos
Protestos pela mudança no Magrebe e Médio Oriente "Cabe ao povo líbio decidir se quer avançar na via de uma monarquia constitucional ou de uma república", disse Mohammed el-Senoussi numa audição no Parlamento Europeu em Bruxelas.

Para El-Senoussi, a Constituição da Líbia de 1951 que estabelecia uma monarquia constitucional e designava como rei o seu tio-avô, Mohammed Idris al Mahdi el-Senoussi, e seus descendentes, "podia ser modernizada, de forma adequada, para constituir a base de uma nova Líbia".

Apesar de já não estar em vigor há 42 anos, considerou, "não há fundamento mais sólido para a transição política na Líbia que a Constituição disponível, como não é provável que uma outra possa ser decidida a curto prazo".

"O meu papel é claro. Quer o povo queira ou não uma monarquia constitucional, farei tudo o que me for possível para ajudar à criação de um Estado democrático para os líbios, fundado num parlamento representativo escolhido em eleições livres e justas", disse.

Sobre o Conselho Nacional de Transição, o órgão dos rebeldes que combatem o regime de Muammar Kadhafi, El-Sanoussi disse ter "boas relações" com ele e que o apoia, como apoiará "qualquer grupo ou organização que trabalhe pelo interesse do povo".

Mas o CNT "é apenas transitório" e, uma vez afastado Muammar Kadhafi, vai "inevitavelmente" passar de Benghazi para Tripoli e deverá "ceder o lugar a um novo conselho, constituído por representantes de toda a Líbia, para permitir a realização de um referendo sobre a forma de governo desejada" pelo povo, defendeu.

Mohammed el-Senoussi, 48 anos, é sobrinho neto do rei Idriss I, afastado por Muammar Kadhafi após o golpe de Estado de 1969. O atual líder líbio colocou a família de El-Senoussi sob prisão domiciliária, quando Mohammed tinha 7 anos. Em 1988, a família emigrou para Londres.

Com a morte do pai, em Londres em 1992, Mohammed el-Senoussi passou a ser considerado príncipe herdeiro pelos monárquicos líbios.

A audiência de hoje no Parlamento Europeu foi realizada a pedido do grupo dos Conservadores e Reformadores europeus (ECR).