sexta-feira, 1 de abril de 2011

PARLAMENTO DA JORDÂNIA REJEITA A MONARQUIA CONSTITUCIONAL

O Parlamento jordano anunciou, neste domingo, rejeitar os pedidos de uma monarquia constitucional, e o rei Abdullha II pede a manutenção da unidade nacional.
O rei da Jordânia numa vista oficial, neste Domingo, a Petra (Majed Jaber/Reuters)

“O rei tem os poderes da Constituição e a câmara baixa assegura tudo o resto para preservar a identidade jordana e a Constituição”, declaram os deputados num comunicado publicado neste domingo.

“A câmara baixa do Parlamento apela ao diálogo e sublinha a importância de proteger a liberdade de expressão, mas rejeita a chantagem política”, lê-se no mesmo comunicado.

Numa alusão à vaga de manifestações na Jordânia, o Parlamento disse que as reformas deviam ser discutidas através de um “diálogo construtivo” e não nas ruas.

Numa altura em que a oposição islamita, tal como os movimentos de esquerda e nacionalistas reclamam reformas constitucionais, entre as quais a eleição do primeiro-ministro, e não a sua designação pelo monarca, o rei jordano lança um apelo à unidade nacional. “O mais importante agora é a nossa unidade nacional, que não deve ser afectada”, disse o rei a responsáveis tribais na cidade de Petra. “Devemos evitar todo o comportamento ou atitude que provoque um incidente na nossa unidade”, acrescentou.

Indiferente aos protestos e pedidos de reforma, o monarca sublinhou que o seu país “avança com entusiasmo no programa das reformas políticas”. E adiantou: “Não temos medo. Conhecemos as dificuldades e os desafios no país e na região, mas somos optimistas em relação ao futuro.”

O anúncio acontece no dia em que cerca de mil pessoas se juntaram para participar no funeral do jordano morto, na sexta-feira, durante os confrontos entre opositores ao regime e as forças de segurança. A morte de Khairy Jamil Saad foi a primeira relacionada com as manifestações de que a Jordânia é palco desde há três meses.

Na sexta-feira, a Frente de Acção Islâmica pediu a demissão do primeiro-ministro, Maarouf Bakhit, que acusara a irmandade muçulmana da Jordânia de “receber instruções de dirigentes da irmandade muçulmana do Egipto e da Síria