domingo, 24 de abril de 2011

KATE TEM PLANO DE MARKETING PESSOAL

A noiva do príncipe William foi sujeita a um "plano de marketing pessoal" e recebeu formação em protocolo e etiqueta, numa adaptação gradual às novas funções, favorecida por um namoro longo e competências pessoais, apontam especialistas ouvidos pela Lusa.

"Kate Middleton foi sujeita um plano de marketing pessoal, também conhecido por 'personal branding', que trata a pessoa como uma marca, para a sua adaptação à monarquia inglesa, que também é uma marca", explicou Andréa Schaefer, coordenadora da pós-graduação em Consultoria de Imagem do Instituto Superior de Línguas e Administração (ISLA). No primeiro ato oficial como noiva do príncipe de Inglaterra, a plebeia que William conheceu na universidade, usou uma roupa "reciclada", ou seja, um traje antigo, que foi adaptado, naquela que terá sido uma "mensagem totalmente pensada", observa Susana Casanova, consultora de protocolo, imagem profissional e organização de eventos, autora de crónicas de etiqueta para a revista Sábado "É uma estratégia para tentar passar uma mensagem de contenção e de não futilidade", considera Susana Casanova.

A especialista nota os "ajustes" na imagem de Kate Middleton, sobretudo no vestuário, mas também que a futura princesa "manteve o mesmo corte de cabelo", e diz que é essencialmente perceptível que "está mais contida em termos de comunicação não verbal". "O longo namoro ajudou-a", assinalou Susana Casanova, proporcionando que "ao longo de nove anos fosse aprendendo a adequar e ajustar o comportamento". Etiqueta, protocolo, história da casa real inglesa e ciência politica são algumas das matérias em relação às quais a noiva do príncipe William deverá ter tido aulas, à semelhança de outras mulheres e homens que entraram em famílias reais. "O resultado do plano de marketing pode ser apreciado pelo que o povo acha", aponta Andréa Schaefer, referindo que, com esse objectivo em mente, "a quebra de protocolo" que venha a ser manifestada, pode até ser benéfica.

"A quebra de protocolo acaba por reflectir a realidade do tempo e é bem aceite, apesar de menos no caso da monarquia inglesa, que é das mais conservadoras", considerou a professora do ISLA, dando como exemplo de sucesso a princesa das Astúrias, Letizia Ortiz. Como futura princesa e rainha consorte, os conhecimentos que Kate Middleton teve que assimilar têm algumas semelhanças com os do cônjuge de um ou uma Presidente da República, reconhece Susana Casanova. Receber chefes de estado e de governo, acompanhar o cônjuge em visitas de Estado, são comuns a repúblicas e monarquias. "Há uma grande diferença, um Presidente da República é eleito, em Portugal, por cinco anos, renováveis por mais cinco. Na monarquia, trata-se de um papel construído durante uma vida", salientou Susana Casanova.

Miguel Macedo, responsável pelo protocolo de uma autarquia e mestrando de protocolo numa universidade de Madrid, vê nos 29 anos de Kate Middleton e na sua formação académica em Historia da Arte, pontos fortes, que fazem da noiva de William uma pessoa "estruturada" e "preparada". "Houve uma preocupação em tirar lições do passado", disse, referindo as diferenças em relação à mãe de William, a princesa Diana, que casou com 19 anos. Andréa Schaefer argumenta que Kate Middleton deu já provas de "competência" para as novas funções, quando em 2007 o namoro com William foi interrompido e ela "soube muito bem lidar com o assunto, não falou à imprensa", observou. "Teve uma postura de verdadeira princesa, não o sendo", concluiu